A Pesquisa da Confederação Nacional do
Transporte (CNT) com o Instituto MDA, divulgada nesta terça-feira (19), indica
que 3,4% dos brasileiros entrevistados consideram positivo o governo do
presidente Michel Temer e 75,6% o avaliam como negativo. Para 18% dos
entrevistados, o governo é regular e 3% não responderam ou não souberam opinar.
a pesquisa divulgada em fevereiro, 10,3%
avaliaram o governo Temer como positivo e 44,1% como negativo. Os que
consideraram o governo regular foram 38,9% dos entrevistados e 6,7% não
souberam opinar.
O levantamento traz avaliações do governo
federal e do desempenho pessoal do presidente Michel Temer, além de
expectativas da população sobre emprego, renda, saúde, educação e segurança. A
edição também aborda as eleições de 2018, a reforma política, a Operação
Lava-Jato e os hábitos de consumo de notícias no Brasil, entre outros temas.
A CNT/MDA ouviu 2.002 pessoas, em 137
municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões do país, entre os dias
13 a 16 de setembro. A pesquisa completa está disponível na página da CNT.
Desempenho pessoal
Em relação ao desempenho pessoal do
presidente, a pesquisa divulgada hoje mostra que 84,5% desaprovam a maneira de
Temer governar, frente a 62,4% da pesquisa anterior; e 10,1% aprovam, enquanto
na consulta anterior o percentual era de 24,4%.
Segundo o presidente da CNT, Clésio
Andrade, esta é a pior avaliação de um presidente, tanto de governo como de
desempenho pessoal. “De toda a série histórica e entre todos os ex-presidentes”,
ressaltou. As pesquisas da CNT são feitas desde 1998, primeiro mandato do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Apesar de melhoras na economia serem
percebidas de forma tímida pela população, segundo Andrade, em algum momento,
isso pode reverter favorável ao presidente Temer.
Crise política e protestos
Segundo a CNT, há a percepção de que o país
se encontra em crise e fora de rumo do ponto de vista político. Para 94,3% dos
entrevistados, o país está em crise política. Desses, 49,9% acreditam que a
troca de presidente da República não resolveria a situação, enquanto 41,2%
acreditam que a troca do comando do país resolveria a crise.
Entre os entrevistados, 91% dizem não ter
participado de protestos ou atos políticos desde 2013; 9% declararam ter participado.
Dos que participaram, 45,3% se manifestaram pela saída da ex-presidente Dilma
Rousseff; 28,2% pela permanência dela no cargo; e 23,8% declararam não ter se
manifestado em relação ao impeachment.
Perguntados pela CNT/MDA se têm intenção de
participar de alguma manifestação pela saída do presidente Michel Temer do
cargo, 67,7% responderam não e 30,8% disseram sim.
Sobre os motivos dos panelaços e das
manifestações contra corrupção terem diminuído no governo Temer, 50,3% dizem
ter perdido a esperança com os atuais políticos; 25,4% alegam falta de
perspectivas de mudanças no curto prazo. Para 16,3%, o motivo foi a saída do PT
da Presidência da República e 3,9% dizem que hoje há menos motivos para
protestar.
Para Clesio Andrade, isso mostra claramente
que o povo está descrente. “Viu que não adianta ir para a rua, já fez uma
mudança de presidente e não resolveu. E, por outro lado, a eleição está
próxima. Apesar do potencial de pessoas irem para a rua ser maior dos que o que
foram, elas não se animam por esses fatores”, explicou.
Lava Jato e corrupção
Os brasileiros continuam acompanhando as
ações da Operação Lava Jato, aprovando suas ações e acreditando, em sua
maioria, que ela está beneficiando o Brasil, segundo a CNT. A pesquisa aponta
que 79,9% da população diz que estão acompanhando a operação da Polícia
Federal.
Em relação à aprovação, 78,5% aprovam a
Lava Jato na investigação de casos de corrupção envolvendo políticos e
empresários, 9,3% desaprovam e 7,7% não aprovam e nem desaprovam.
Para 54%, a Operação Lava Jato está
beneficiando o Brasil, 24% avaliam que ela não está beneficiando nem
prejudicando e 15,9% acham que ela está prejudicando o país.
Expectativa
Os entrevistados também foram questionados sobre
a expectativa em relação a emprego, renda, saúde, educação e segurança pública.
“Todos os índices mostram baixa nas expectativas”, disse Andrade, explicando
que segurança pública tem as piores expectativas de melhora.
De acordo com a pesquisa, 16,6% acreditam
que o nível de segurança pública vai melhorar, enquanto 45,7% dizem que vai
piorar. Para 36,2% a situação vai ficar igual.
Sobre emprego, 25,7% acreditam que o nível
de emprego vai melhorar; 35,4%, que vai piorar; e 36%, que a situação vai se manter
como está.
Na saúde, 21,1% dos entrevistados acreditam
que a situação na área vai melhorar; 36,5%, que vai piorar; e 40,3%, que vai se
manter a mesma.
Em educação, 25% dos entrevistados
afirmaram que o setor vai melhorar; 29,4%, que vai piorar; e 43,6%, que vai se
manter igual.
No quesito renda mensal, 22,1% acreditam em
melhora; 20,6% avaliaram que haverá uma piora; e 53,2% avaliaram que a situação
permanecerá no mesmo patamar.
Da Agência Brasil
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