Alertada por diversas
matérias publicadas em jornais e blogs dos principais veículos de comunicação
de Pernambuco da existência de proposta de extinção da Secretaria Estadual de
Cultura no contexto do projeto de reforma administrativa a ser encaminhado pelo
governador Eduardo Campos para apreciação da Assembleia Legislativa, a
sociedade civil se mobilizou. Como cidadão e militante comprometido com a
cultura fui um dos que expressaram discordância com essa proposta e, de forma
pública e transparente, publiquei texto na minha página do Facebook com a minha
opinião sobre a questão e as razões que, na minha visão, levavam o governo
estadual a apresentar essa proposta. Tive a satisfação de ver que o texto que
publiquei ajudou a esclarecer essas questões e teve uma grande repercussão nas
redes sociais, contribuindo para a mobilização da sociedade e repercussão
desses temas nos meios de comunicação. Entretanto, foi apenas uma das muitas
manifestações, pois foram inúmeras pessoas, especialmente artistas, produtores,
agentes e gestores culturais que se mobilizaram e tornaram público a total
desaprovação à extinção da Secretaria Estadual de Cultura, a não adesão de
Pernambuco ao Sistema Nacional de Cultura e ao formato antidemocrático do atual
Conselho Estadual de Cultura.
Por conta da
repercussão do meu post fui atacado injustificadamente e grosseiramente pelo
senhor Evaldo Costa, Secretário de Imprensa do Governo do Estado. Quem me
conhece sabe que não sou leviano, muito menos irresponsável. Milito
politicamente há mais de quarenta anos. Sempre atuei com a maior seriedade, defendendo
com ênfase as minhas opiniões, mas respeitando as opiniões divergentes. Por
isso, tenho o orgulho de ser uma pessoa respeitada por todos, inclusive pelos
adversários. Não me manifestei para aparecer, mas como militante da cultura
externar democraticamente a minha opinião. Fico feliz por ter dado a minha
contribuição.
Aprendi muito
participando dessa mobilização pelas redes sociais. Foi um belo movimento
coletivo de extraordinário exercício de cidadania e com resultados
impressionantes. Em 24 horas foi criado um grupo de Direitos Culturais com mais
de 300 membros, recolhidas centenas de assinaturas em abaixo-assinado, centenas
de compartilhamentos e milhares de acessos na internet. A força e repercussão
foi tamanha que levou o governador Eduardo Campos a recuar e retirar a
Secretaria de Cultura da Reforma Administrativa e, ainda, anunciar a adesão do
Estado de Pernambuco ao Sistema Nacional de Cultura.
Numa atitude
democrática, o governador sairia engrandecido do episódio se reconhecesse
publicamente o erro que seria cometido e agradecesse à sociedade pela
importante contribuição que deu para o acerto da sua posição de manter a
Secretaria Estadual de Cultura e aderir ao Sistema Nacional de Cultura.
Infelizmente, essa não foi a sua atitude. No lugar de agradecer acusou a
sociedade civil e a imprensa de inventar boato. Tenta, inutilmente, dizer que
no governo nunca foi ventilada a extinção da Secretaria de Cultura.
Parabéns à imprensa que
investigou e informou antecipadamente para a sociedade o que poderia acontecer
com a Secretaria de Cultura na reforma administrativa e possibilitou, desta
forma, uma grande mobilização social. Parabéns, principalmente, a todos que
fazem a cultura e se mobilizaram para essa grande vitória. Mas é bom lembrar
que essa é apenas uma batalha, muitas ainda virão. Mas, certamente, essa bela
experiência vai nos dar muita força para novas conquistas.
VIVAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!
Por/João Roberto Peixe
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