A crise também atinge as universidades particulares; setor segue sem data
definida para reabertura
As salas de aulas das instituições de ensino de Pernambuco estão vazias
há quatro meses. Com as aulas suspensas desde o início da pandemia do novo
coronavírus, as escolas particulares do estado estão enfrentando um desafio e
tanto para se manterem com as contas em dia.
Em um colégio que fica no bairro no Parnamirim, em Recife, 30% dos pais
cancelaram as matrículas. Um percentual considerado bem razoável, diante da
realidade de outras escolas, mas, com um detalhe: os pais que decidiram ficar
ganharam um desconto de 50% na mensalidade.
Uma iniciativa ousada, mas a única encontrada por Flávia Lyra, que é a
dona da escola. No final do ano passado, ela investiu mais de R$ 300 mil nas
obras de ampliação da unidade. Segundo ela, estava tudo correndo bem, até a chegada
da pandemia. “Foi difícil, está sendo difícil. Pelo menos a gente está
conseguindo manter as contas pagas. Várias escolas de colegas meus fecharam as
portas porque não tinha recurso em caixa para isso e tiveram realmente que
fechar as portas", relatou Flávia.
A empresária revelou ainda que foi graças à iniciativa de reduzir o valor
da mensalidade que ela conseguiu manter os pais adimplentes. E, assim,
continuar com as obras, com a escola aberta e com a equipe de funcionários.
A expectativa agora é pelo retorno às aulas. Os trabalhos para se adequar
à nova realidade estão a todo vapor. Desde a instalação de pias, dispense com
álcool em gel e tapetes sanitizantes. Porém, nem todos os empresários do setor
podem dizer o mesmo. Muitos colégios particulares estão em crise financeira, é
o que lamenta o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de
Pernambuco, José Ricardo Diniz.
“Das 2.400 escolas que temos em Pernambuco. 80% são dessas escolas que
têm até 250 alunos. Delas, nós vamos ter metade que não retornaram às
atividades presenciais. Como fica o restante das escolas particulares? O
esforço que todas elas desenvolveram para cumprir as determinações, os
protocolos.”
A crise na educação, provocada pela pandemia do novo coronavírus, não se
restringe apenas às escolas. As universidades também passam por dificuldades, é
o que alerta o empresário Rodrigo Bauier. “A gente têm ai como consequência que
uma previsão de que 30% das instituições de ensino superior do Brasil,
sobretudo as menores, aquelas que têm um caixa menos protegido podem acabar
encerrando as suas atividades.”
O decreto que suspende as atividades presenciais nas escolas das redes
pública e privada, além de faculdades e univesidades de Pernambuco por causa do
novo coronavírus têm validade até o dia 31 de julho.
Reportagem: NE10
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