Por/Elismar Rodrigues
A pesquisa estimulada de primeiro turno para governador de Pernambuco
apresenta um empate técnico entre os três primeiros pré-candidatos, Paulo
Câmara, Marília Arraes e Armando Monteiro.
O governador, do PSB, vem em primeiro lugar, com 20%, seguido da
candidata do PT, com 17%, e do candidato do PTB, com 14%. Os demais
pré-candidatos simulados na pesquisa, Júlio Lóssio, Danielle Portela e Coronel
Meira, apareceram cada um com 2%, 2% e 1%, respectivamente. É o que mostra a
pesquisa Datamétrica sobre as eleições deste ano, realizada entre 8 e 9 de
junho.
Em um segundo exercício, especulou-se o cenário em que Marília Arraes não
seria candidata. Mantém-se um empate técnico, mais uma vez com Paulo Câmara em
primeiro lugar e, neste quadro, com 23%. O candidato do PTB aparece em segundo
com 19%. Os demais três incluídos permanecem nas posições do outro cenário.
Sobre a migração de votos de Marília: ao suprimir o nome dela na
simulação de primeiro turno, metade dos seus eleitores não migra para ninguém,
enquanto a outra metade se divide entre Armando Monteiro e Paulo Câmara, com
preferência pelo senador. Dos que disseram que votariam nela, 49% responderam
que anulariam seu voto, votariam em branco ou não votariam em ninguém. Armando
Monteiro beneficia-se com a migração de 20% dos votos dela e Paulo Câmara com
13%.
Na simulação espontânea, em que o respondente não tem acesso aos nomes
dos pré-candidatos, todos os três candidatos aparecem com muito menos menção:
Paulo Câmara com 12%, Marília Arraes com 8% e Armando Monteiro com 4%. Na
sequência, Júlio Lóssio foi lembrado por 2%, Coronel Meira por 1%, Danielle
Portela por 1%.
Em cenários de segundo turno, exercitando as possibilidades entre os três
principais pré-candidatos, Marília venceria Armando por 29% a 20%, portanto
fora da margem de erro – que é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.
Marília venceria Paulo com 28% contra 27%, o que constitui um empate técnico.
Paulo venceria Armando com 28% contra 24%, novamente configurando empate
técnico.
SEGUNDO TURNO
Em eventual segundo turno entre o governador e Armando, a migração do
voto de primeiro turno de Marília é maior para o pré-candidato do PTB do que
para o pré-candidato do PSB. Em cenário entre Marília e Paulo, o eleitor de
Armando beneficia mais Marília do que Paulo: 44% preferem Marília, enquanto 24%
preferem Paulo. Na hipótese de sair Paulo, seus votos se distribuem mais em
favor de Marília: 31% migrariam para a candidata do PT e 19% para Armando. A
frequência de eleitores de Marília que, diante de um cenário de segundo turno
sem ela, disseram que não votariam em ninguém, chama a atenção. São 53% de
eleitores que de alguma forma não votariam em nenhum dos dois candidatos.
“Estes não são resultados óbvios. Eles mostram que o eleitorado está
mergulhado em motivações ideológicas e de insatisfação com a gestão que
precisarão ser desvendadas por qualquer um que pretenda fazer prognósticos
eleitorais este ano”, diz a sócia-diretora da Datamétrica, Analice Amazonas.
Apesar dos cenários de empate técnico que se repetem ao longo da
pesquisa, o pernambucano tem a expectativa de que Paulo será reeleito
governador. 26% assim afirmaram, enquanto 12% apostam em Marília e outros 11%
em Armando. Chama a atenção o fato de que 47% dos entrevistados preferem não
fazer prognósticos.
Dentre os três nomes mais fortes na disputa, o governador hoje é o mais
conhecido: 49% consideram conhecê-lo bem, e outros 44% o conhecem de ouvir
falar. Natural para um governador em seu quarto ano de mandato.
Armando Monteiro e Marília Arraes têm graus de conhecimento semelhantes,
mas com o senador ligeiramente mais conhecido: 23% consideram conhecê-lo bem e
54% de ouvir falar. No caso de Marília, 20% dizem conhecê-la bem e outros 51%
de ouvir falar. Marília, dos três, é a única novata em disputas majoritárias e
recente na política. Portanto, a que tem mais potencial de crescimento derivado
do aumento de conhecimento que ocorrerá na campanha.
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