Um dos pontos da reforma política que o Congresso
Nacional promete aprovar ainda este ano pode alterar significativamente a vida
política brasileira, marcada pela alternância das eleições e a possibilidade de
exercer dois mandatos. De acordo com uma proposta de emenda à Constituição em
tramitação, os pleitos municipais e os das esferas estadual e federal passariam
a ocorrer ao mesmo tempo a partir de 2018, o que acabaria com a rotina dos
eleitores de irem às urnas de dois em dois anos, e a reeleição seria vedada.
Apesar de o assunto ainda não ser consenso, as chances de ela sair do papel são
grandes, pois o projeto conta com o apoio das maiores bancadas.
O presidente do PMDB de Minas
Gerais, vice-governador Antônio Andrade, disse que o partido é favorável à
coincidência das eleições. “Tem que eleger de presidente a vereador em uma
época só porque aí o eleitor vai saber em que programa está votando. Ele vai
optar pela proposta e apoiar o candidato que a representa”, afirmou o
peemedebista, que também defende a permanência do financiamento de empresários,
porém mais restrito. “Pode, desde que o empresário contribua com um partido.
Não pode doar para dois ou três candidatos, ele tem que ter opção mas não pode
fazer negócios na campanha”, disse.
O presidente do DEM, José
Agripino, disse ser favorável ao fim da reeleição. “É o ponto número um, se
possível com coincidência de mandatos de cinco anos”, sugeriu. A coincidência
dos pleitos é vista como uma forma de diminuir os custos do processo. Por esse
motivo e por defender também o fim da reeleição, o tucano Rodrigo de Castro,
tesoureiro nacional do PSDB, diz que a maioria dos tucanos é favorável à
proposta. “Você diminui os custos e facilita porque será um mesmo período de
planejamento em diferentes instâncias”, afirmou.
Já o PT, segundo o deputado
Carlos Zarattini, não tem posição fechada sobre a unificação das eleições, mas
demonstrou alguma simpatia pela tese. “Acredito que vai ser aprovada. Do nosso
ponto de vista, o que chama mais a atenção é que passa a ter continuidade
administrativa. Os governos federal, estadual e municipal terão todos o mesmo
período de mandato, o que ajuda a ter uma política contínua”, afirmou. O
partido também não fechou questão sobre a reeleição. “Nossa questão principal é
acabar com o financiamento de empresas, que fazem doações e depois passam a
exigir dos governantes suas necessidades. É preciso acabar com essa
promiscuidade”, afirmou Zarattini.
Problemática
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