BLOG DO EDINHO SOARES: GRANDE MÍDIA FECHA PACTO EM DEFESA DO FINANCIAMENTO EMPRESARIAL DE CAMPANHA

sábado, 25 de abril de 2015

GRANDE MÍDIA FECHA PACTO EM DEFESA DO FINANCIAMENTO EMPRESARIAL DE CAMPANHA

Em uníssono, Globo, Folha e Estado de S. Paulo gritam contra a decisão do Congresso, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, de elevar os recursos do fundo partidário. Globo segue hoje a linha aberta pela Folha ontem e aponta expansão de 490% das verbas. Estado, em editorial, fala em "afronta aos brasileiros". Mas a questão, no entanto, é outra: no momento em que doações oficiais de empresas são criminalizadas pela Lava Jato e que, portanto, todas as companhias minimamente sérias se recusarão a realizar doações, quem irá financiar a política e a própria democracia? A depender do que pregam os jornais, o dinheiro virá do caixa dois e do submundo do crime.

As três famílias que respondem pelo jornalismo impresso no Brasil, os Frias, os Mesquita e os Marinho, selaram um pacto em favor da continuidade da farra empresarial na política, que é a raiz de todos os escândalos recentes de corrupção.
Exemplo disso é a gritaria em torno dos recursos para o fundo partidário, que foram aprovados pelo Congresso Nacional e sancionados pela presidente Dilma Rousseff, no Orçamento-Geral da União.

Neste ano, os recursos do fundo serão de R$ 867,5 milhões, que cresceram significativamente em relação aos R$ 308,2 milhões do ano passado.

A elevação tem uma explicação direta: Lava Jato. Como a operação conduzida pelo juiz Sergio Moro criminalizou as doações oficiais de campanha, colocando na cadeia alguns dos principais doadores do País e também o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, cujo crime foi receber doações legais, aprovadas pela Justiça Eleitoral, o sistema de financiamento privado à política brasileira foi implodido em Curitiba.

Algumas empresas atingidas pela Lava Jato estão à beira da falência e entraram com pedidos de recuperação judicial. As que sobreviveram estão colocando em seus estatutos proibições expressas a qualquer tipo de doação. E já fizeram chegar aos partidos a informação de que não doarão nenhum centavo nas próximas eleições.

Isso significa, na prática, que a maneira de financiar a política e, portanto, a própria democracia no Brasil será o fundo partidário. Não porque o Congresso tenha feito uma reforma política nessa direção. Mas porque qualquer empresa, minimamente prudente, ficará distante da política.

O financiamento público, no entanto, não agrada às famílias midiáticas. Em seu editorial, o Estado trata o aumento dos recursos como "aberração" e defende que os partidos vivam apenas das contribuições dos seus militantes. Globo e Folha também estão na mesma campanha que pode ter, como corolário, a produção de mais e mais escândalos de corrupção.

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