Os preços da gasolina da Petrobras nas refinarias, que apresentaram recuo
de 3 por cento na semana, são ajustados de acordo com indicadores mercado,
tendo como parâmetros principalmente o dólar e o preço do petróleo no mercado
internacional.
O dólar avançou 0,41 por cento, fechando a 3,7788 reais na venda nesta
quinta-feira. Mas na semana acumulou queda de 2,03 por cento, depois que o
candidato à Presidência Jair Bolsonaro, que tem tido amplo apoio do mercado,
ficou em primeiro lugar no primeiro turno das eleições no domingo.
"O peso maior foi por causa do câmbio, por causa das eleições... As
duas primeiras quedas (no preço da Petrobras) estão ligadas à variação do
câmbio, a última foi também por uma queda mais forte do petróleo", disse o
gerente de Trading do Grupo Delta Energia Bruno Cestaro.
Os preços do petróleo despencaram 3 por cento para mínimas em mais de
duas semanas nesta quinta-feira, acompanhando a queda dos mercados acionários,
e com o sentimento baixista dos investidores se acentuando com um aumento maior
do que o esperado dos estoques de petróleo dos Estados Unidos.
O valor médio da gasolina nas refinarias da Petrobras será ajustado para
2,1490 reais por litro na sexta-feira, ante 2,1691 reais por litro nesta
quinta-feira.
As quedas ocorreram depois que a petroleira manteve o preço médio estável
por 11 dias nas refinarias até a última segunda-feira.
"Acredito que agora, com o câmbio dando uma estabilizada, como já
ficou um pouco mais estável nos últimos dois dias, e o petróleo também (se mantendo),
acho que ela (Petrobras) vai fazer reajustes mais espaçados", completou
Cestaro.
Sócio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo também
ressaltou uma "euforia" do mercado após o resultado do primeiro
turno.
"As bolsas tiveram resultado positivo e o dólar teve uma redução.
Então é um resultado político em cima da cotação do câmbio, que também
influencia para o preço da gasolina, que obedece tanto o câmbio quanto o
mercado internacional do petróleo", disse Melo.
Além disso, Melo pontuou que questões geopolíticas e de demanda
contribuíram com uma queda importante do barril do petróleo.
A atual política de preços da Petrobras busca manter a paridade de preço
internacional em busca de rentabilidade.
Mas, para reduzir a volatilidade, a empresa adotou recentemente um
instrumento de hedge, que permite segurar possíveis reajustes por até 15 dias.
A opção de adotar mecanismo de hedge, calcada em contratos futuros do
combustível nos EUA, completou um mês no último sábado e permitiu um recuo importante
da volatilidade nos preços das refinarias.
O repasse dos movimentos dos preços da gasolina nas refinarias às bombas
depende de diversas questões, como da rede de distribuição e revenda, além de
impostos e de uma mistura obrigatória de etanol anidro.
Na semana passada, o preço médio da gasolina nos postos do Brasil atingiu
recorde nominal de 4,7 reais por litro, o que representou uma alta de 0,09 por
cento ante a semana anterior, segundo informou a reguladora ANP.
No caso do diesel, a Petrobras mantém os preços congelados em 2,3606
reais por litro, devido a adesão ao programa de subvenção ao combustível,
lançado em junho, pelo governo federal. Por meio dele, a as empresas praticam
preços estipulados pelo governo, podendo ser ressarcidas em até 0,30 real por
litro, dependendo do mercado.
Por-Marta Nogueira
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.