Humberto Costa tenta rifar candidatura de Marília Arraes, sem o apoio da
militância.
O Movimento de Base do PT se manifestou contrariamente ao posicionamento
defendido pelo senador Humberto Costa e o vice-presidente do PT do Recife,
Oscar Barreto, que buscam a desarticulação da candidatura de Marília Arraes ao
Palácio do Campo das Princesas, em prol de uma aliança com o PSB, do governador
Paulo Câmara.
Após a confirmação de que o grupo de Humberto Costa vai realizar um
pedido formal de aliança com o PSB a Executiva Regional de Pernambuco, o
Movimento de Base do PT foi um dos primeiros a se manifestar contra. Dentro da
cúpula, os petistas estão qualificando como “tentativa de golpe” de Humberto e
Oscar Barreto.
Em nota, o Movimento aponta os fundamentos para que uma aliança entre PT
e PSB não sejam firmadas para a corrida eleitoral deste ano. Entre os pontos
citados está o apoio do PSB ao impeachment da ex-presidente, Dilma
Rousseff(PT).
“Em Pernambuco, o PSB local teve papel fundamental no apoio ao Golpe. O governador
Paulo Câmara liberou todos os secretários (que tinham mandatos federais) para
assumirem seus cargos a fim votarem a favor do “impeachment” sem crime. Todos
os deputados do PSB, bem como o então senador pelo PSB, Fernando Bezerra
Coelho, votaram sim para o Golpe”, diz um trecho do documento.
O Movimento, ainda, aponta a quebra de valores do PSB desde a última
eleição presidencial, quando a legenda apoiou o candidato Aécio Neves (PSDB),
no segundo turno, contra Dilma Rousseff (PT).
“Em 2014 o PSB já havia traído seus valores históricos de compromisso com
a esquerda. No segundo turno, apoiou o candidato da direita Aécio Neves.
Inauguraram um clima de agressões e ódio à Dilma e ao PT”, relata a nota.
A Militância, também, criticou a postura do prefeito do Recife, Geraldo
Júlio (PSB), após a morte do ex-governador, Eduardo Campos (PSB), quando se
acirrava as disputas eleitorais no país, no ano de 2014.
“O prefeito do Recife, Geraldo Júlio, era o mais exaltado nos comícios e
palanques do estado. Outdoors e pichações em muros com a frase ‘O PT matou
Eduardo’ se espalharam por Recife. Foram e são práticas que os colocaram em
posição diametralmente oposta aos ideais progressistas e democráticos do PT,
impossibilitando qualquer reaproximação”, diz outro trecho da nota.
O Movimento de Base do PT disse na nota que procurou os três
pré-candidatos da legenda para discutir o rumo eleitoral deste ano, entre eles
Marília Arraes, José de Oliveira e Odacy Amorim.
No entanto, não conseguiram discutir propostas e nem foram recebidos pelo
deputado petista de Petrolina (PE). “Não conseguimos ouvir o candidato Odacy
Amorim por falta de retorno do mesmo […] infelizmente, perdeu uma ótima
oportunidade de fazer o bom debate, infelizmente nada temos que acrescentar
sobre sua postulação ou projetos sintonizados com o partido”, acrescenta a
nota.
Por fim, o Movimento rechaçou apoio à candidatura da vereadora do Recife,
Marília Arraes, ao Governo de Pernambuco pelo PT, nas eleições de outubro.
“Diante do que Marília Arraes vem defendendo e lutando, acreditamos que
sua candidatura representa ganhos políticos fundamentais na defesa do
presidente Lula diante de toda a perseguição que está sofrendo e disputa pela
narrativa de esquerda no estado de Pernambuco e, sobretudo, pelo conjunto de
ações planejadas que nos apresentou, todas em sintonia com os preceitos e
linhas programáticas do PT”, diz a nota, acrescentado:
“A nossa posição não é de aderência pura e simples, é resultado de
conjunto de fatores já expostos, e principalmente, de compromisso com nossas
bandeiras históricas”.
O documento foi assinado por 37 membros do Movimento de Base do PT (MOB)
nesta segunda-feira, dia 30, reafirmando a posição de candidatura própria na
legenda do PT de Pernambuco.http://roberiosa.com.br/enquanto-humberto-costa-e-oscar-barreto-tramam-alianca-com-o-psb-movimentos-sociais-reafirmam-apoio-candidatura-de-marilia-arraes/
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