ESCOTEIRO DO 43 GESMA-OROBÓ/PE EMBRENHADOS NAS CAATINGAS PERNAMBUCANAS 
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Qual o cidadão, militante do Movimento Escoteiro, que nunca foi perguntado sobre o salário que recebe para exercer a função de Chefe ou Dirigente Escoteiro?
 Quem nunca foi perguntado onde e como conseguiu
 esse emprego permanente, essa “mamata” que só trabalha nos fins de 
semana, pedindo que o indicasse, mesmo para fazer um “bico” nos fins de 
semana, acompanhando nas atividades externas?
 Quem nunca reparou a 
expressão de espanto e até mesmo de descrédito quando você diz que é 
voluntário e, como tal, trabalha de graça?
 Cuidar dos filhos dos 
outros, levarem para acampamentos, excursões, viagens, passeios, 
reuniões todos os sábados, aturar má criação de crianças, a rebeldia dos
 jovens e muitas vezes, a indiferença dos pais?
 Dormir no mato, no 
chão duro, às vezes em baixo de chuva e por vezes mal alimentado, 
levando picadas de insetos e quem sabe, de outros animais inerentes da 
mata. Correr riscos de acidentes, tombos, cortes, queimaduras...
 
Não, não é verdade! De graça, nunca! Ninguém faria isso tudo de graça! 
Não querem é revelar o empregador... Medo da concorrência? Talvez algum 
setor da municipalidade, Secretaria da Cultura, Esportes ou algo 
semelhante... Ou até o setor de conservacionismo, agora tão em moda! 
Talvez o Exército!? Nada disso?... Ah! Já sei, exclamam os incrédulos! 
No mínimo, vocês descontam como despesas no imposto de renda. Afirmação 
esta que já ouvi por mais de uma vez. Voluntário é coisa de hospital! 
Vai lá quando é possível, trabalha duas horas por semana e vem logo 
embora...
 Isto ocorre porque é incomum pessoas que se dedicam ao 
voluntariado nos dias de hoje. A cada ano a vida exige mais do indivíduo, subtraindo o tempo que poderia ser dedicado ao próximo, seja a
 entidade que for. Sem contar que não temos a tradição do voluntariado, 
como existe em outros países e, uma grande parte dos nossos voluntários 
desconhece que ser voluntário tem direitos, porem, tem deveres e 
obrigações.
 Quando falamos que ainda por cima temos que fazer vários
 cursos de capacitação e treinamento, comprar literatura, material 
didático, material de acampamento individual, bússola, GPS, e mais uma 
série de equipamentos, e que a maioria das viagens são feitas por nossa 
conta e que, não raro, ajudamos alguns Escoteiros que estão com maiores 
dificuldades financeiras, somos rotulados de malucos!
 Aliás, o 
desconhecimento de algumas pessoas é tão grande que, às vezes somos 
chamados de loucos ou de heróis, por assumir tal responsabilidade. 
Porem, não sabe que não somos nem uma coisa, nem outra! Somos apenas 
cidadãos responsáveis.
 Varias pessoas estranhas ao Movimento já 
repetiram as mesmas perguntas e, de certa forma, não deixam de ter 
razão. Qualquer um que desconheça os princípios do Escotismo, certamente
 pensará que estamos recebendo salário para chefiar. Não pode acreditar 
que tantos adultos dediquem o melhor de seus esforços na condução de 
jovens que nem sequer os conheciam antes de entrarem para o Escotismo.
 Efetivamente que estamos ganhando, senão não estaríamos nos dedicando 
tanto... Estamos ganhando e muito bem! O que recebemos pelo nosso 
trabalho, não tem preço e ainda por cima, é isento do Imposto de Renda!
 Estamos ganhando amigos leais, verdadeiros irmãos de Promessa. Ganhando
 a sensação maravilhosa do “dever cumprido”! Ganhando a satisfação de 
fazer a nossa parte!
 Ganhamos o carinho, o respeito e a afeição 
dessas crianças e jovens que, em alguns casos, somos a última esperança 
de uma vida melhor. Sem o desejar, às vezes, somos o modelo do pai que 
não tiveram e alguém para se espelhar... Isso, não tem preço!
 
Nenhuma dessas pessoas se põe a analisar as dificuldades que assume um 
Escotista, tomando sobre seus ombros a responsabilidade de trabalhar com
 crianças e jovens. Qualquer pessoa, sem espírito altruísta, irá colocar
 na balança de seu entendimento as vantagens e desvantagens que o 
Escotismo oferece e, muito provável, decidirá deixá-lo de lado ao 
perceber o quanto difícil é trabalhar o caráter.
 Então, chegamos à conclusão que ganhamos muito bem para ser Chefe Escoteiro.
 Um salário bastante alto que, porém, nada se compra com ele!
Reportagem - Edvaldo Severino de Sousa
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