Bode 'gaiato' criado por recifense vira mania e atinge multidão de fãs na web
Estudante de 19 anos estava entediado com férias quando criou a página.
Bode Gaiato aproveita a reportagem e faz 'homenagem'
à Rede Globo. (Foto: Reprodução)
Vinte
e cinco mil novos fãs por dia, 150 mil acessos diários, 1,3 milhão de
pessoas falando sobre a página, que tem mais de 800 mil seguidores e
atinge 14 milhões de pessoas por semana. Esses são os números do perfil
Bode Gaiato, de acordo com seu criador, o universitário Breno Melo, um
dos sucessos recentes da rede social Facebook. A ideia surgiu nas férias
deste ano, quando o recifense de 19 anos se viu entediado. A
brincadeira agora rende até dinheiro e fama para o estudante.
O
jovem conta que a criação da página não foi premeditada. "Estava de
férias em casa, sem fazer nada, no tédio. Aí quis criar algo com um
personagem nordestino, para ser diferente na temática e nas piadas de
outros memes [expressões, piadas, frases e termos difundidos na
internet]. Pensei logo num bode, até porque tudo fica mais engraçado
quando é retratado por um animal, e adicionei um adjetivo bem regional, o
gaiato, que é uma pessoa engraçada, brincalhona”, disse.
Breno Melo curte a fama repentina do Bode Gaiato
(Foto: Arquivo pessoal)
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Na
primeira tira, o Bode Gaiato ganhou dois mil seguidores. As montagens
são bem simples, mas cativaram os seguidores. “A imagem de fundo, da
galáxia, muitas páginas de humor usam, é para parecer uma coisa meio
‘noiada’ mesmo, e os bodes eu procurei na internet, peguei aqueles com
fisionomia engraçada", explicou. O nome do personagem principal, Junin,
modo como muitos nodestinos falam Juninho, foi escolhido aleatoriamente,
segundo Breno.
As
ideias para as tirinhas partem de experiências vividas e observadas
pelo criador. “A questão do leite no fogo, que a mãe sai e deixa a gente
olhando, brigas com o irmão, isso tudo eu vivi. Mas as pessoas têm
mandado bastantes sugestões, cerca de 25% são aproveitadas", contou.
Breno explica que toma cuidado no equilíbrio do humor. "Eu fazia de
tudo, sem restrições, mas agora eu ganhei um público diferente, que são
os pais dos jovens que curtem a página, então estou fazendo mais piadas
saudáveis."
Outra
preocupação é abranger o maior público possível, não apenas os
nordestinos, que se identificam na linguagem e situações das tiras. "Uma
expressão que uso muito, o 'armaria, nãm' ['Ave Maria, não'], é do
Ceará e Piauí. Com piadas simples, poucas expressões, atinjo mais gente.
Nessa semana, por exemplo, a cidade que mais interagiu foi São Paulo,
com mais de 1 milhão de visualizações. O público que eu vou ganhar daqui
para frente vai depender do que eu postar", comentou.
Primeira tira do Bode Gaiato. (Foto: Reprodução)
Breno
não acredita que a página tenha um tom preconceituoso contra
nordestinos ou incentive essa prática criminosa. "Algumas imagens já
foram denunciadas, mas eu só recebo elogios, de todos os nordestinos que
amam a página. Ela é muito bem aceita. Inclusive, recebo mensagens de
pessoas fora do país, que dizem que matam a saudade do Nordeste com
ela”, falou.
E
o sucesso da página, crê Breno, está no fato de ele ter conhecimento de
causa para fazer as piadas e as pessoas se identificarem com ela. "Eu
não saberia fazer muitas piadas com gírias de outros estados, porque sou
daqui", complementou. Ele nasceu no Recife, mas mora há oito anos em
Caruaru, no Agreste do estado.
Durante
a semana, está na Paraíba, onde cursa Engenharia Elétrica na
Universidade Federal de Campina Grande. Atividade que ele garante ainda
priorizar, mesmo com as demandas do Bode Gaiato. "Nunca pensei que ia
fazer esse sucesso todo. De um mês para cá, minha rotina mudou muito.
Passo praticamente a tarde falando com empresas que querem anunciar na
página, tenho dado entrevistas, além do programa de humor em uma rádio
em Taquaritinga do Norte [PE]. Tento conciliar tudo isso", disse.
G1-PE
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