O estrangulamento do sistema de saúde pernambucano, em decorrência do avanço dos casos de coronavírus no estado, deve obrigar o governador Paulo Câmara a prolongar o lockdown para além do dia 28 de março. O assunto já faz parte das reuniões do comitê estadual que monitora a atividade do vírus. Além do prolongamento, outra estratégia, essa mais dura, começa a ganhar defensores entre os conselheiros do mandatário. Trata-se do recrudescimento das medidas restritivas, incluindo aí até proibir a circulação de pessoas.
As medidas, que não são nenhuma novidade, ganharam força face aos números
estarrecedores. Só ontem (21), o balanço da Secretaria de Saúde apontava a
incrível marca de 1.016 novos casos em apenas um dia, com 23 óbitos. Se
contarmos desde o início da pandemia, há um ano, já são 330.649 casos
confirmados no estado com 11.661 mortes. Outro dado, esse cultural, colabora
para o caos. Os pernambucanos, do litoral ao alto sertão, não respeitam o
lockdown. O índice de isolamento ainda é muito baixo: 40%. Quando vamos para
cidades do litoral sul, a exemplo de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho,
repletas de praias, esse índice cai para 35%. A meta estabelecida pelo governo
é 60%, um objetivo quase irreal ao se conferir como funciona na prática.
Podemos somar a isso a resistência dos pernambucanos em usar máscara.
Basta uma breve circulada pelo Recife, ou por qualquer cidade do interior, para
vermos que nosso povo também não cumpre essa obrigação. A tempestade perfeita
está formada. Até quando vamos ter que ligar a televisão e nos deparar com
notícias de mortes e mais mortes? Quantas pessoas já conhecemos que perderam os
seus? Quantos parentes nós já perdemos? O que mais falta?
Do Fala PE - Fernanda Maria Negromonte
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