Segundo
o relatório, a mudança também vai contribuir para corrigir o “excessivo número
de candidatos na disputa eleitoral”. Isso porque, de acordo com o texto, o
sistema proporcional adotado atualmente contabiliza os votos de todos os candidatos
do mesmo partido, o que estimula o registro do maior número de candidatos.
Após passar pela comissão, a PEC
precisará ser votada pelo plenário da Câmara em dois turnos. Para ser aprovada,
são necessários pelo menos 308 votos (três quintos dos deputados) em cada uma
das votações.
Depois, segue para o Senado, onde
será discutida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, em seguida, em
dois turnos no plenário. Se o Senado aprovar o texto da Câmara, a emenda é
promulgada pelas duas Casas. Se o texto sofrer mudança, volta para a Câmara.
Proposta
O texto prevê o fim da reeleição para
o Executivo (prefeito, governador e presidente) e estabelece mandato de cinco
anos para todos os eleitos, incluindo senadores, deputados federais, estaduais
e vereadores.
O parecer de Castro estabelece,
ainda, o financiamento misto de campanha. “Isso significa que haverá
contribuição de recursos privados e públicos, tanto de pessoa física quanto de
pessoa jurídica”, explicou o deputado ao G1, antes do início da sessão. Segundo
ele, haverá um limite para as doações, que será definido por lei.
‘Distritão’
O relatório apresentado traz um
modelo de escolha de deputados e vereadores que ficou conhecido como distritão,
em que são eleitos os candidatos mais votados da cidade ou do estado.
O modelo se contrapõe ao atual
sistema proporcional com lista aberta, em que o número de votos do partido ou
coligação define que sigla tem direito de ocupar as vagas em disputa. Com base
nessa conta, são eleitos os candidatos mais votados de cada partido.
No relatório, Castro diz que incluiu
o “distritão” contra a “convicção pessoal”. Ele é contra esse sistema,
diferentemente de Michel Temer, presidente do PMDB, que defende o modelo. Antes
de apresentar o relatório, Castro disse que a decisão foi tomada com base na
vontade dos integrantes da comissão. Segundo ele, foram ouvidos todos os
parlamentares e chegou-se a um placar em que 18 eram a favor desse sistema, 14
se mostraram contrários e dois se abstiveram.
O relatório justifica a adoção do
“distritão” sob o argumento de que corrige um dos problemas do sistema atual,
que não assegura que os candidatos individualmente mais votados sejam eleitos.
“Tal distorção acaba por gerar um
sentimento de frustração por parte do eleitor, ao verificar que candidatos
menos votados tenham assegurada a sua representação no parlamento em detrimento
de outros candidatos individualmente mais votados”, afirma no texto.
Segundo o relatório, a mudança também
vai contribuir para corrigir o “excessivo número de candidatos na disputa
eleitoral”. Isso porque, de acordo com o texto, o sistema proporcional adotado
atualmente contabiliza os votos de todos os candidatos do mesmo partido, o que
estimula o registro do maior número de candidatos.
“Com a adoção do sistema majoritário,
considerando que não há transferência de votos entre os candidatos, cada
partido deverá estimar o número aproximado de candidatos que terão chances de
êxito eleitoral, o que contribuirá para produzir significativa redução do
número de postulantes ao mandato representativo”, aponta o texto.
O relator argumenta, ainda, que, com
menos candidatos na disputa, o sistema permitirá ao eleitor melhor conhecimento
das propostas dos candidatos que estão na disputa.
Financiamento misto
O relatório de Castro, que propõe o
financiamento de campanhas público e privado, prevê a proibição da doação de
empresas diretamente a candidatos.
Pela proposta, as doações das pessoas
jurídicas somente poderão ser feitas – e com restrições – aos partidos
políticos. Fora do período eleitoral, entretanto, as empresas não poderão fazer
doações aos partidos.
O texto prevê, ainda, que será
estabelecido um limite para as doações. “Parece-nos indispensável promover uma
desconcentração das doações eleitorais. Para tanto, o estabelecimento de um
teto nominal, fixo e absoluto é obrigatório”, diz o relatório.
Fundo partidário
O relatório propõe restrições ao
acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo partidário e à propaganda
partidária gratuita no rádio e na TV. O texto aponta, entretanto, que o acesso
gratuito à propaganda eleitoral no rádio e na televisão não será alterado.
Segundo a proposta, “somente os
partidos com pelo menos um representante no Congresso Nacional e que tenham
obtido no mínimo três por cento dos votos válidos na última eleição para a
Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de dois por cento do total de cada uma delas, terão
direito a parcelas do Fundo Partidário e acesso gratuito à propaganda
partidária no rádio e na televisão”.
Fim da reeleição
O relatório acaba com a reeleição de
presidente da República, governadores e prefeitos. “A nosso ver, o fim da
reeleição fortalecerá o princípio da igualdade de chances entre os candidatos,
inibirá o uso da máquina administrativa por parte de candidatos à própria
reeleição e concentrará os esforços de governo na própria administração”,
justifica o relator.
A proposta estabelece ainda que os
prefeitos e vereadores eleitos em 2016 terão mandato de dois anos, a fim de que
as eleições coincidam. Dessa forma, em 2018 haverá eleição para todos os cargos
eletivos.
O texto fixa a duração de cinco anos
de mandato para todos os cargos, inclusive para os senadores. A mudança começa
a valer em 2018, segundo a proposta.
Senado
Outra mudança que o relatório sugere
é em relação aos suplentes dos senadores.
“Atualmente, os dois suplentes
integram a chapa eleita, sem que os eleitores tenham condições reais de análise
dos nomes. Nossa proposta é no sentido de que os suplentes também recebam votos
diretamente do eleitorado, de sorte que os candidatos mais votados não eleitos
passarão a ser os suplentes, na ordem decrescente de votação”, informa o texto.
O texto propõe, ainda, a redução de
35 para 30 anos a idade mínima prevista como condição de elegibilidade para
senador.
No fim do relatório, o deputado
justifica que o voto deve se manter obrigatório e diz que, “do ponto de vista
prático, há de se reconhecer que as leves sanções previstas na legislação
eleitoral para o eleitor inadimplente já apontam para uma ‘quase’
facultatividade do voto”.
Portal do Litoral/PB
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