Segundo a polícia, José Maria Rosendo é o mandante do crime. A intenção
do grupo era também matar Mysheva, noiva do promotor, mas ela conseguiu fugir
pulando em matagal.
A Polícia Federal encerrou as investigações da morte do promotor de
Itaíba, Thiago Faria Soares, assassinado com tiros de espingarda calibre 12 em
outubro de 2013 na PE-300, em Itaíba,
Agreste do Estado. No total, seis
pessoas foram responsabilizadas pela morte de Thiago. Quatro homens estão presos - o último deles,
Adeildo Ferreira dos Santos, 26 anos, foi preso na última sexta-feira (19). Ele
já está no Cotel. Um quinto elemento continua foragido e a sexta pessoa que
teria facilitado na fuga dos criminosos não teve o mandado de prisão expedido,
mas também será indiciado. O desfecho para o caso ocorre três meses após a
Polícia Federal assumir as investigações.
Equipe de policiais federais investigará morte do promotor Thiago Faria
O inquérito policial, entregue à Justiça Federal no último dia 19,
aponta o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, conhecido como José Maria
de Mané Pedro, como mandante do crime. Ele está preso desde o dia 18 de outubro
deste ano. Segundo as investigações, a noiva do promotor, a advogada Mysheva
Martins, também era alvo da emboscada - ela deveria ter sido assassinada, mas
conseguiu se salvar abrindo a porta do carro e pulando em um matagal.
O delegado Alexandre Alves, responsável pelo caso, confirmou que o
crime foi motivado por uma disputa de terras entre o fazendeiro José Maria e
Mysheva Martins. A advogada teria sido favorecida pelo promotor na aquisição da
Fazenda Nova. Esta era a principal linha de investigação seguida pela polícia
desde o início das apurações. “Todas as linhas foram checadas exaustivamente
para não ficar nada para trás. Esta foi a única que se sustentou”, explicou.
Ainda segundo o delegado, o promotor Thiago Faria não era o único alvo dos
criminosos. “O objetivo, ao que tudo indica, era matar o promotor e Mysheva,
por ser uma pessoa diretamente envolvida na disputa pela terra”, afirmou Alves.
Segundo a polícia, o crime teria sido planejado pelo fazendeiro Zé
Maria e executado por José Marisvaldo Vitor da Silva, José Maria Cavalcante,
Adeíldo Ferreira dos Santos, e Antônio Cavalcanti Filho, este último responde à
um processo por latrocínio no Estado da Bahia, teve a prisão decretada mas
segue foragido. Um outro suspeito que havia sido detido no dia 6 deste mês
portando documentos do promotor foi descartado pelas investigações. Já Jenessy
Carneiro de Andrade, que teria facilitado a fuga dos envolvidos no crime, segue
em liberdade, mas será indiciado por participação no homicídio.
A denúncia deve ser entregue ao Ministério Público Federal (MPF) até o
dia 28.
PRISÃO DE ADEILDO - Segundo a PF, Adeildo, preso na sexta-feira (19),
não resistiu à prisão. O suspeito foi levado até a sede do órgão e ouvido pelo
delegado Alexandre Alves. Depois do exame do corpo de delito, Adeildo seguiu
para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu
e Lima, Região Metropolitana do Recife (RMR).
Na última semana, o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa,
acusado de ser o mandante do crime, falou pela primeira vez após a prisão. Ele
se declarou inocente. Em sua fala mais contundente, José Maria sugeriu que a
então noiva do promotor, Mysheva Martins, estaria sendo “blindada por gente
muito forte” da região de Águas Belas e Itaíba, no Agreste do Estado, e que
achava estranho o fato de a investigação não ter chegado a ela.
José Maria Rosendo alegou que toda a região de Itaíba, Águas Belas e
Buíque sabe de sua inocência, bem como quem são os culpados pela execução do
promotor. “Não posso dar nomes, a investigação é que tem que dizer”,
esquivou-se.
O advogado de Mysheva Martins, José Augusto Branco, afirma que ela não
tem que se defender de nada. “Mysheva é tão vítima quanto Thiago, e quem diz
isso é a investigação. Que pessoas seriam essas que conseguiriam blindá-la,
inclusive da Polícia Federal?”, questiona. Para Branco, José Maria Rosendo quer
confundir a opinião pública, na tentativa de influenciar o futuro júri do
julgamento do caso. “É a tática da mentira repetida mil vezes, até que se torne
uma verdade. Mas, nesse caso, não vai”, completa.
Os outros três suspeitos presos pela Polícia Federal são José
Marisvaldo Vitor da Silva, 42 anos, José Maria Domingos Cavalcanti, 55, e José
Ivanilson Dias Gomes, 29 anos.
CASO - Thiago Faria Soares foi assassinado a tiros no dia 14 de outubro
do ano passado na PE-300, após sair de Águas Belas, onde morava, com destino a
Itaíba, onde atuava como promotor de Justiça. A advogada Mysheva Martins, noiva
de Thiago, e o tio dela estavam no veículo no momento da investida dos
bandidos, mas não foram atingidos pelos disparos.
Do JC Online
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