A gestão Paulo Bernardo tem sido a mais maléfica para as radcons. Logo no início de sua gestão, mostrou-se interessado na proposta da ABERT em nosso extermínio. Para exemplificar, melhor isso, basta olharmos quantas vezes o Ministro recebeu a ABERT para reuniões, cuja pauta é a situação das Rádios Comunitárias. Por outro lado, em relação às demandas do movimento, somente enrolação e ações de criminalização.
Vamos às ações de Paulo Bernardo em relação às rádios
comunitárias;
a) Contratação de 500 novos agentes da Anatel;
b) Celebração de convênios entre Anatel e Ministério das
Comunicações para fiscalização de conteúdos;
c) Publicação da Norma 01/2011 que reprime as rádios
comunitárias;
d) esvaziamento do departamento de outorgas e secretaria de
Radiodifusão Comunitária, com apenas 4 funcionários para analisar 20.000
processos.
E agora vem o extermínio, chamado Rádio Digital.
Infelizmente os padrões atualmente proposto para a Digitalização (IBOC e DRM)
ao invés de abrir as possibilidades para as Rádios Comunitárias com a abertura
de mais canais, os sistemas diminui esta possibilidade, com a ocupação de mais
espaço do espectro de Radiofrequência. Para se ter uma ideia disso analisamos o
uso do espectro do sistema IBOC Americano ocupa o dobro do espectro, 400 Mhz.
Já e o DRM Europeu ocupa 300 Mhz. Para se ter uma noção desta situação o
sistema analógico já congestionado ocupa 200 Mhz. Isso é para se ter uma ideia
do que vem por aí. Além disso, temos outras situações a serem enfrentadas pelos
sistemas. O Ministério das Comunicações realizou testes com potência bem
inferior do que diz a Lei 9612/98 (lei das Rádios Comunitárias) que diz
textualmente em míseros 25 Watts para o serviço de radiodifusão Comunitária. No
caso os testes realizados nas Comunitárias no Sistema IBOC (Americano) foram de
míseros 0,25 Microwatts. Isso mesmo... 100 vezes menor a potência da lei 9612.
Já o sistema DRM, realizou testes com potência que variavam de 2,5 à 4 watts,
bem abaixo da lei.
Tem outras situações a serem acrescentadas: Os sistemas
(pelo menos o IBOC) possuem segredos industriais que impedem a transferência de
tecnologia para nossos bravos técnicos que fizeram a revolução radiofônica no
Brasil. Além disso, temos os chamados Royalties, que é o pagamento de taxas
para uso de equipamentos, que é embutido no preço da compra e nas manutenções.
É tipo um ECAD (pagamento de direito autoral para o inventor do equipamento).
Um absurdo que precisamos debater com muita profundidade. Isso além de gerar
subserviência tecnológica, permite a transferências de recursos para o
exterior, sem que seja exportada qualquer mercadoria. E é claro onera em muito
as Rádios Comunitárias que não possui condições de sobreviver. Está claro a
possibilidade de extermínio com a digitalização.
É justamente isso que está em jogo, o extermínio das Rádios
Comunitárias no Brasil. Não podemos deixar isso acontecer em hipótese alguma.
Por isso conclamo as Rádios Comunitárias do nosso estado a se fazer presentes
na audiência Pública de Rádio Digital que acontecerá na Câmara de Vereadores de
campinas no próximo dia 27 de Agosto.
Está aí à possibilidade de dizer um sonoro NÃO a Paulo
Bernardo e sua equipe contra o extermínio das Rádios Comunitárias.
As rádios Comunitárias têm propostas para a digitalização
que precisa ser consideradas, entre elas a criação de um padrão de rádio
digital que contemple os avanços na democratização da comunicação na América
latina. Os padrões até agora apresentados não pensam em democracia e em um
modelo tecnológico que tenha o social como eixo. E não pensando assim esqueceram-se
das Rádios Comunitárias. Para isso é fundamental que as Rádios Comunitárias
apresentem a alternativa para este processo. Por isso, é importante nos reunir
antes da audiência Pública para debatermos seriamente estas questões.
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