Na última semana, o Dia
do Meio Ambiente foi marcado por dois mundos: o concreto e o imaginário. No
primeiro deles, a vida real invadia os jornais com notícias sobre aumento do
desmatamento, indígenas desrespeitados e violência e escravidão no campo. No mundo
da imaginação, o governo ignorava tudo isso, e passava a impressão de que
vivemos no encantado país das maravilhas.
Em Brasília, um pó de
pirlim-pim-pim tentou fazer com que velhos dados ganhassem cara de novos: a
queda recorde e histórica do desmatamento na Amazônia – que aconteceu entre
2011 e 2012 – foi divulgada pela segunda vez, mas como novidade. Os dados, que
devem ser comemorados, não dão conta dos recentes alertas que mostram novas e
crescentes derrubadas na floresta. Não podemos continuar perdendo nossa
biodiversidade.
As notícias sobre
desmatamento, desrespeito aos povos tradicionais e o rastro de violência e
degradação que isso tem deixado para trás ainda pipocam por todos os cantos.
Mas o governo prefere continuar no mundo de Alice, vendo uma realidade pra lá
de distorcida.
Por isso, é papel de
nós, brasileiros, fazer com que as autoridades voltem para o mundo real. Um
mundo concretamente sem devastação e sem violência no campo. Um mundo com
desmatamento zero.
Marcio Astrini
Coordenador da Campanha
Amazônia
Greenpeace
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