Os bancários entram em greve por tempo indeterminado
a partir desta terça-feira 18 de setembro, segundo a Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). A intenção dos bancários
é fechar as agências, mas caixas eletrônicos e bancos pela internet
devem continuar funcionando.
Apesar da paralização o consumidor não fica dispensado de pagar
faturas, boletos bancários ou qualquer outra cobrança. No entanto, para
isso, a empresa credora ou concessionária de serviço deve oferecer
outras formas e locais para que os pagamentos sejam feitos, conforme
alertou a Fundação Procon-SP.
A recomendação do Procon é que o consumidor entre em contato com a
empresa e peça essas opções de forma de pagamento, como por internet,
sede da empresa, casas lotéricas ou código de barras para pagamento nos
caixas eletrônicos.
De acordo com o diretor de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr,
não é possível informar quais cidades ou estados terão as agências
fechadas já a partir do horário de abertura. Um balanço da paralisação
deve ser divulgado pela confederação no fim da tarde de terça.
Reivindicações
Segundo nota da confederação, entre as reivindicações dos bancários
estão o aumento de 10,25% nos salários, uma participação nos resultados
equivalente a três salários mais R$ 4.961,25 fixos, piso salarial de R$
2.416,38, criação do 13º auxílio-refeição e aumento dos benefícios já
existentes para R$ 622, fim da rotatividade e das metas "abusivas",
melhores condições de saúde e trabalho e mais segurança nas agências.
A Fenaban disse em nota que "lamenta a decisão dos sindicatos de bancários de recorrer à greve"
O objetivo da greve é forçar a negociação, diz Ademir. Segundo ele, os
bancos não apresentaram novas propostas de reajustes depois do dia 28 de
agosto e por isso os bancários marcaram a greve.
"A greve é um movimento, vai se construindo ao longo do dia. As agências
paradas não vão funcionar, mas o cliente não vai ficar desassistido
porque poderá ser atendido pelos caixas eletrônicos e bancos pela
internet", disse.
Este é o décimo ano seguido que os bancários fazem greve nesta época do
ano, quando é realizada a negociação dos reajustes, diz Ademir. As
paralisações costumam durar cerca de duas ou três semanas, de acordo com
ele.
O que dizem os bancos
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical do sistema
financeiro, informou por meio de nota que apresentou uma proposta no dia
28 de agosto. Segundo a federação, a proposta prevê reajuste salarial
de 6%, que corrigirá salários, pisos, benefícios e Participação nos
Lucros e Resultados (PLR). O piso salarial para bancários na função de
caixa passará para R$ 2.014,38 para jornada de seis horas. Entre outros
benefícios, está prevista a 13ª cesta no valor de R$ 359,42.
Nesta segunda, os sindicatos locais definiram como vão organizar as
paralisações. A aprovação da greve ocorreu na última quarta (12) por
mais de 130 sindicatos representados pelo Comando Nacional dos
Bancários, coordenado pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro), disse a entidade.
A Fenaban disse na nota que "lamenta a decisão dos sindicatos de
bancários de recorrer à greve". “Greve é ruim para todo mundo: é ruim
para o bancário, é ruim para o banco, é ruim para a população, que já
foi muito incomodada pela onda de greves dos funcionários públicos e não
merece ser mais incomodada com uma paralisação dos bancários”, disse o
diretor de Relações do Trabalho da Fenaban, Magnus Ribas Apostólico.
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