VAI TER SORTE ASSIM NA BAIXA DA ÈGUA |
Jogador habitual e participante de bolões na Câmara paulistana, o vereador que mais enriqueceu nos últimos quatro anos diz que foi a "sorte" que o levou a comprar, sozinho, os três bilhetes que lhe deram o primeiro prêmio na loteria federal em 2009.
Wadih Mutran (PP), vereador desde 1983, dobrou seu patrimônio durante o último mandato com a ajuda dos R$ 600 mil ganhos com a aposta. Reelegeu-se em 2008 declarando ter R$ 1,9 milhão. Em 2012, busca mais quatro anos na Casa com bens que somam R$ 3,8 milhões.
Ele diz que a variação foi devidamente informada à Receita e que já tinha o "hábito de jogar na loteria federal muito antes de ser vereador". "Em maio de 2009 tive a sorte de [ter] em mãos o bilhete completo cujo número saiu no 1º prêmio", disse em nota.
Segundo a Caixa, sua chance no sorteio era de 1 em 80 mil, a de acertar as seis dezenas com uma aposta na Mega-Sena é de 1 em 50 milhões.
Auxiliares e colegas da Câmara relataram que ele costuma apostar ao menos duas vezes por semana. Apesar disso, seis vereadores, quatro deles de seu grupo político, disseram que ele nunca contou ter tirado a sorte grande.
Seu gabinete diz que ele já se desfez do comprovante do prêmio. Ele se recusou a falar ontem. Na nota, afirmou que "não vive só da vereança, é empreendedor e dono de imóveis locados".
O Ministério Público avaliará se cabe investigação sobre seu enriquecimento.
Mesmo tendo sido alvo de um assalto em 2008 quando ladrões invadiram sua casa procurando R$ 5 milhões, Mutran mantém a prática de guardar moeda em espécie: declarou ter R$ 1,4 milhão em dinheiro. O prêmio da loteria, diz, foi usado para se mudar para um apartamento.
Aliado do deputado Paulo Maluf (PP-SP), Mutran integrou a tropa de choque do então prefeito Celso Pitta (1997-2000). É famoso por atender pedidos da população na zona norte, onde se concentra sua base eleitoral.
HISTÓRICO
No passado, outros políticos se notabilizaram por ter ganhado na loteria, mas, diferentemente de Mutran, foram premiados várias vezes.
Segundo o Coaf, órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda, prêmios reiterados podem ser indício de lavagem de dinheiro: donos de lotéricas comprariam o bilhete do ganhador e o venderiam ao interessado em disfarçar a origem de recursos.
Segundo Antonio Gustavo Rodrigues, que preside o órgão, a venda não acontece com prêmios elevados, mas, sim, de pequenos valores, uma vez que o verdadeiro ganhador teria de forjar a origem do dinheiro que recebeu pelo bilhete. O padrão, diz, são prêmios de no máximo R$ 30 mil. Ele afirma que a prática vem diminuindo.
Fontes - DIÓGENES CAMPANHA
PAULO GAMA
PAULO GAMA
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