'Próximas semanas exigirão restrições ainda mais duras, não é razoável
admitir o contrário', disse Paulo Câmara (PSB). Academias, salões e barbearias
ficam fechados.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou nas redes sociais
que o estado não vai incluir na lista de "serviços essenciais" as
atividades de salões de beleza, barbearias e academias de esportes, conforme
decreto editado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e publicado em
edição extra do Diário Oficial da União.
"As próximas semanas exigirão restrições ainda mais duras, não é
razoável admitir o contrário. Academias, salões, barbearias continuarão
fechados, até que superemos esta fase e seja possível iniciar a retomada
gradual. O compromisso do nosso governo é proteger vidas", afirmou também
nas redes sociais.
O governo estadual, na segunda-feira (11), decretou quarentena no Recife
e outras quatro cidades da Região Metropolitana. Com isso, vão ser impostas
restrições de circulação e de pessoas a partir do sábado (16). Nas outras
cidades, o governo estadual recomenda que as pessoas fiquem em casa.
"Nosso objetivo é salvar vidas, não podemos aceitar nenhuma atitude
que as coloque em risco. Portanto, aqui, só seguirão funcionando os serviços
realmente essenciais, garantindo acesso a alimentos e medicamentos", disse
Câmara.
Câmara ressaltou, ainda, que o estado "tem seguido a ciência,
acompanhado a experiência mundial, observado as evidências".
"Estamos entrando em um período crítico da Covid-19, no estado, mas
queremos que ele seja um momento de virada, com a ampliação do isolamento
social reduzindo a propagação da doença", declarou.
Liberação não é automática
Ainda que o governo federal determine quais atividades podem continuar em
meio à pandemia, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que cabe aos
estados e municípios o poder de estabelecer políticas de saúde – inclusive
questões de quarentena e a classificação dos serviços essenciais.
Ou seja, na prática, os decretos presidenciais não são uma liberação
automática para o funcionamento de serviços e atividades.
No dia 29 de abril, ao incluir outros 14 setores como serviços
essenciais, o governo federal afirmou no decreto que a lista "não afasta a
competência ou a tomada de providências normativas e administrativas pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
competências e de seus respectivos territórios".
Reportagem/G1 PE
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