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terça-feira, 12 de maio de 2020

BOLSONARO ANUNCIA ACADEMIAS, SALÕES DE BELEZA E BARBEARIAS COMO ATIVIDADES ESSENCIAIS

Reportagem - O Globo/Marcelo Ribeiro

Bolsonaro já havia incluído, na semana passada, as áreas de construção civil e atividades industriais na lista. (Foto: AP Photo/Eraldo Peres)

O presidente Jair Bolsonaro anunciou que assinou um decreto para incluir academias, salões de beleza e barbearias na lista de serviços essenciais. A intenção é que estas categorias sejam preservadas em decretos de restrição de circulação de governadores e prefeitos. Na semana passada, o presidente já tinha incluído construção civil e atividades industriais na lista.

“Saúde é vida. Academias, salões de beleza e barbearias foram incluídas em atividades essenciais. Isso aí é higiene, é vida”, disse o presidente, ao retornar para o Palácio da Alvorada nesta segunda-feira.

O presidente afirmou que o combate ao coronavírus precisa ocorrer "paralelamente" à questão do emprego. “Vou repetir. Questão da vida do vírus tem que ser tratado paralelamente com o emprego”, disse.

O presidente voltou a defender o isolamento vertical, o que restringiria a circulação apenas de pessoas em grupos de risco, como idosos e portadores de outras doenças como cadiopatias e diabetes. Ele negou que os decretos sobre atividades essenciais sejam uma tentativa de burlar as decisões de governadores e prefeitos sobre distanciamento social.

“Eu não burlo nada, saúde é vida”, disse o presidente, afirmando ainda que "desemprego mata".

IDA SURPRESA AO STF

Na semana passada, Bolsonaro se reuniu com um grupo de empresários e teve uma reunião marcada de última hora com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, onde pediu a reabertura do comércio e volta à normalidade no país.

Entre as razões citadas pelo presidente estão novamente as medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos. O ministro, por sua vez, cobrou da União maior coordenação com estados e municípios.

Marco Polo de Mello Lopes, diretor da Aço Brasil, representou o grupo empresarial no encontro. Antes da ida a pé até o Supremo, Mello Lopes e outros diretores de indústrias de diversos setores do país estavam reunidos com Bolsonaro no Palácio do Planalto.

No apelo, o presidente pediu que o Brasil “voltasse à normalidade” e alertou que se o país mergulhasse em uma possível crise economia “dificilmente sairia dela”. Bolsonaro e Guedes chegaram a falar em “virarmos uma Venezuela” e que, para o presidente, mais valioso do que a vida era a liberdade.

O presidente voltou a apontar que as medidas restritivas de governadores e prefeitos seriam as culpadas por essa situação em que a indústria brasileira se encontra.

As manifestações diretas feitas pelos membros do grupo empresarial destacaram que a má situação da indústria brasileira que, segundo eles, estaria “na UTI” durante a pandemia. Mello Lopes pediu a Toffoli que a “roda” da Economia voltasse à rodar, caso contrário poderia haver a “morte de CPNJs”.

O presidente do Supremo agradeceu à explanação e sugeriu a possibilidade de criação de um comitê de crise, unindo federação e empresariado, que possa coordenar uma saída do isolamento social. Toffoli também cobrou de Bolsonaro uma coordenação maior com os estados e municípios, com que o presidente tem tensionado sua relação desde o início da crise da Covid-19. O líder do Judiciário também ressaltou que o Supremo observou a Constituição em suas decisões.

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