BRASÍLIA (Reuters) - A Justiça Federal de Brasília negou pedido das
defesas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de um dos filhos dele,
Luís Cláudio Lula da Silva, para suspender o depoimento de ambos previsto para
o dia 21 de junho, às 9 horas, no âmbito da operação Zelotes.
Lula, o filho e outros acusados são réus em processo por suspeita de irregularidades
na compra do governo brasileiro dos caças suecos, sob investigação da operação
Zelotes. O ex-presidente está preso desde 7 de abril, cumprindo pena no
processo a que foi condenado no caso do tríplex do Guarujá (SP).
Na decisão, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara
Federal do Distrito Federal, afirmou que não há motivos para se suspender o
depoimento. O magistrado citou o fato de que a data dos interrogatórios é
distante 7 meses do envio da última carta rogatória - pedido para ouvir
testemunhas fora do país.
"Nenhuma das autoridades para as quais foram endereçadas as cartas
rogatórias (Suécia, França e Reino Unido) submeteu a este Juízo pedido de
prorrogação do prazo fixado. Constando dos autos, tão somente, pedidos pontuais
de informações/esclarecimentos das autoridades da Suécia e da França já
satisfatoriamente respondidos/esclarecidos", disse.
Vallisney rejeitou o pedido de suspensão, mas permitiu a eles realizar o
depoimento "por meio de videoconferência, desde que a parte interessada
requeira a este Juízo no prazo mínimo de 10 (dez) dias da data indicada, sob
pena de indeferimento".
O depoimento do petista na Zelotes estava inicialmente previsto para o
dia 20 de fevereiro, mas, ao acatar recurso dos advogados dele, foi suspenso
por ordem do Tribunal Regional Federal da 1ª Região sob o argumento de que Lula
só poderia ser ouvido após depoimentos de testemunhas arroladas pela defesa.
Reportagem de Ricardo Brito
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.