O Ministério Público de São Paulo
(MP-SP) intimou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a esposa dele,
Marisa Letícia, para prestar depoimento, como investigados, no dia 17 de
fevereiro sobre um imóvel triplex, no Condomínio Solaris, no Guarujá.
Também serão ouvidos o empreiteiro José
Adelmário Pinheiro e o engenheiro Igor Pontes, ligados à construtora OAS,
responsável pelo empreendimento. O imóvel, localizado no Guarujá, no litoral
paulista, é alvo de investigações da 22ª fase da Lava Jato, a Operação Triplo
X, deflagrada no dia 27.
A suspeita do Ministério Público Federal
(MPF) é que proprietários de apartamentos do condomínio usaram o nome de
terceiros para ocultar patrimônio. Os investigadores chegaram a essa conclusão
após receberem as matrículas dos imóveis registradas no cartório da cidade. De
acordo com o MP-SP, o promotor de Justiça Cássio Conserino diz ter indícios de
que houve tentativa de ocultar a identidade do dono do triplex que seria do
ex-presidente, o que pode caracterizar crime de lavagem de dinheiro.
O Condomínio Solaris começou a ser
construído pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop),
presidida entre 2005 e 2010 pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso
em abril do ano passado. O empreendimento foi repassado para a empreiteira OAS
em 2009, em função de uma crise financeira da cooperativa. Para os
investigadores, há indícios de que as aquisições dos imóveis ocorreram por meio
de repasse de propina entre os envolvidos nos desvios de recursos da Petrobras,
entre eles a OAS.
Procurada pela Agência Brasil, a
construtora OAS informou que ainda não tem um posicionamento oficial sobre o
tema. A reportagem procurou também o Instituto Lula, que não atendeu as
ligações.
Camila Maciel, da Agência Brasil
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