BLOG DO EDINHO SOARES: Rachaduras aumentam e cresce medo no Minha Casa, Minha Vida em Surubim

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Rachaduras aumentam e cresce medo no Minha Casa, Minha Vida em Surubim

Moradores enfrentam o temor de desabamento, além da falta de assistência da Caixa e descaso das autoridades, enquanto fissuras se alastram pelos prédios

 Um conjunto habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida no município de Surubim se tornou um pesadelo para muitas famílias. Desde dezembro de 2024, os moradores dos residenciais José Gercino Cabral (bloco amarelo) e José Pedro de França Lima (bloco azul) convivem com rachaduras profundas, infiltrações e o medo constante de desabamento. O que começou como pequenas fissuras após as primeiras chuvas da estação se transformou em um problema estrutural grave, expondo falhas que podem comprometer a segurança dos edifícios.
Em entrevista ao Portal da Cidade Surubim, o síndico do bloco azul, Edjalma Hermínio, e a subsíndica do bloco amarelo, Haislan Maria, relataram a saga de descaso enfrentada pelos moradores do habitacional. "Quando as primeiras rachaduras apareceram, procuramos a Caixa Econômica, que nos mandou falar com a seguradora, que nos pediu documentos, mas nada foi resolvido", conta Haislan. A Defesa Civil municipal foi acionada, mas sua ação se limitou a uma vistoria superficial. "A Prefeitura alegou não ter engenheiro estrutural disponível. Sem saída, organizamos uma vaquinha entre os moradores para contratar um profissional particular", relata Edjalma.

Só que a dificuldade foi grande para conseguir o valor que era necessário para o laudo de um engenheiro estrutural, que chegava aos R$ 9 mil reais. "Com a vaquinha virtual alcançamos apenas um pouco mais de R$ 1.500 reais. Então, fomos para a Câmara Municipal, onde alguns vereadores nos ajudaram. E também fomos à Prefeitura, onde o prefeito Cleber Chaparral complementou com o valor R$ 5 mil reais, chegando ao valor necessário", comenta Edjalma.

PONTOS ELENCADOS NO LAUDO

A vistoria realizada pelo especialista Jandi Santos identificou fissuras, rachaduras e infiltrações mais graves nos blocos D (azul) e C (amarelo), causadas por recalque diferencial. Entre os problemas constatados, destacam-se fissuras em esquadrias e paredes, descolamento da alvenaria, falhas de impermeabilização em banheiros e fachadas, além da ruptura do piso do passeio externo, sem impacto estrutural nos blocos.
O laudo, assinado pelo engenheiro civil Eduardo Augusto de Oliveira Martins, recomenda o monitoramento contínuo dos deslocamentos e a adoção de ações corretivas conforme a gravidade. Se estabilizados, os danos devem ser tratados pontualmente, reforçando peças estruturais. Caso persistam, será necessário um projeto de reforço estrutural. Também sugere-se um plano de manutenção preventiva para os sistemas estruturais, de vedação, cobertura, hidrossanitários e elétricos, conforme a norma NBR-5674. O laudo destacou ainda a necessidade de medidas imediatas, como investigação geotécnica e estrutural, remoção de reservatórios de água individuais, reparos em vazamentos hidrossanitários, manutenção das caixas de inspeção e avaliação emergencial da Defesa Civil para mitigar riscos à segurança dos moradores.
O resultado da perícia, porém, frustrou os moradores. "O engenheiro chegou sem identificação adequada, sem equipamentos profissionais, e fez a vistoria basicamente com um celular", desabafa Haislan. O laudo final foi considerado vago, sem indicar claramente se havia necessidade de interdição ou quais medidas deveriam ser tomadas. "Ele simplesmente repassou a responsabilidade para a Defesa Civil", completa Edjalma.

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Reportagem: Portal da Cidade Surubim

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