TERESINA - Um montante de R$ 180 mil, em espécie, foi encontrado dentro
de um carro na BR-242, na cidade de Barreiras, região oeste da Bahia, durante
fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), realizada nesta quinta-feira.
Entre as duas pessoas levadas para a delegacia está o motorista do senador
Wellington Dias, candidato do PT ao governo do Piauí. Segundo Ibope divulgado
essa semana, o candidato lidera nas pesquisas de intenção de voto no estado.
O motorista José Martinho Ferreira de Araújo estava no veículo como
passageiro, e chegou a apresentar o crachá de identificação do senador. De
acordo com o delegado que investiga o caso, Francisco de Sá, o motorista disse
tinha saído de Brasília e teria a o interior do Piauí como destino. Segundo o
delegado, o motorista não informou a origem do dinheiro, mas afirmou que ele
seria usado para a compra de fazenda, e que não haveria relação com o
candidato.
- Ele disse que o senador não tem nada a ver com a situação. Todo esse
dinheiro será apreendido e depositado judicialmente a favor da Justiça Federal
- disse o delegado.
O dinheiro era transportado debaixo do banco traseiro do veículo, em
notas de R$ 100. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o condutor do
veículo, Paulo Fernando de Sousa, apresentou uma Carteira Nacional de
Habilitação (CNH) falsa. Por não terem informado a origem do dinheiro, os dois
permaneceram até a noite desta quinta na delegacia.
Em sua nota, a PRF informou que o sistema de informações sobre veículo
acusa que o proprietário é o motorista do senador Wellington Dias. Em nota, a
assessoria do candidato nega envolvimento com a detenção do funcionário, e
afirma que o carro apreendido não é de sua propriedade.
O candidato, que participaria de um debate com outros candidatos ao
governo do estado, faltou o compromisso alegando viagem para São Paulo.
Seu principal adversário, Zé Filho (PMDB), declarou estar indignado com
a apreensão e exigiu providências:
- Eu acredito que recebi a notícia como a maioria dos piauienses com
muita indignação, muita surpresa porque aqui eu não quero prejulgar, mas o
debate seria uma oportunidade para o candidato do PT se explicar. Era o mínimo
que ele podia fazer hoje, usar os canais de comunicação e dar uma explicação. É
uma história muito mal contada porque é um funcionário dele que foi pego com um
volume bastante alto de dinheiro e ele não soube explicar de onde vinha esse
dinheiro. Se a origem do dinheiro fosse legal, ele saberia explicar. Ele diria
de onde tinha vindo o dinheiro e isso é uma coisa que deixa a gente, no mínimo,
indignado, com uma situação que o candidato deveria explicar ao povo e não
fugir - declarou Zé Filho.
Reportagem/Efrém Ribeiro
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