Praia de
Barra de Jangada e Ilha do Amor, em Jaboatão, foram atingidas nesta
quarta-feira (23). Em seis dias, foram recolhidas 489 toneladas de resíduos no
litoral pernambucano.
O óleo que invadiu
o litoral nordestino avançou e chegou a praias de Jaboatão dos Guararapes, no
Grande Recife nesta quarta-feira (23) (veja vídeo acima). Equipes da limpeza
urbana do município, da Defesa Civil, entre outras, iniciaram a limpeza da área
ainda na madrugada, inclusive dentro da água.
"A
equipe da SDS [Secretaria de Defesa Social], junto com o técnico da secretaria
Meio Ambiente, identificou fragmentos de óleo na areia tanto da praia de Barra
de Jangada quanto na Ilha do Amor, próximo à foz do Rio Jaboatão", disse o
secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti.
Manchas de
óleo no Nordeste: o que se sabe sobre o problema
Lista de
praias atingidas pelas manchas de óleo no Nordeste
A cidade é a
oitava em Pernambuco a ter a orla atingida desde que a substância ressurgiu no
estado na quinta (17). Desde então, foram recolhidas 489 toneladas de resíduos
no litoral pernambucano, segundo balanço divulgado na noite da terça-feira
(22).
"O
recolhimento desse óleo não tem que ser feito por voluntários, tem que ser feito
pela empresa causadora do dano. Como infelizmente a nossa inteligência ainda
não conseguiu descobrir a fonte causadora, então isso é assumido integralmente
pelo governo federal", afirma Bertotti.
A prefeitura
de Jaboatão detectou as manchas por volta das 23h da terça-feira (22) e começou
a atuar no recolhimento do óleo às 4h desta quarta-feira (23). A administração
municipal estava de prontidão desde que as manchas chegaram à Praia do Paiva,
no Cabo de Santo Agostinho, vizinha de Barra de Jangada.
"São
180 pessoas da limpeza urbana do município, 60 homens do Exército, 40 da
Marinha e 50 do sistema penitenciário", afirmou o superintendente de Meio
Ambiente de Jaboatão, Arthur Paiva.
Além de
Jaboatão dos Guararapes, São José da Coroa Grande, Barreiros, Tamandaré, Rio
Formoso, Sirinhaém, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho estão na lista de cidades
que registraram as manchas desde o dia 17 de outubro.
Além da
atividade nos locais cobertos pelo óleo, grupos se mobilizaram e formaram
pontos para receber donativos, como equipamentos de proteção individual (EPIs),
no Recife, em Ipojuca e no Cabo de Santo Agostinho.
Especialistas
afirmam que o impacto do óleo no meio ambiente vai durar décadas, com prejuízo
para espécies marinhas, para toda a cadeia alimentar e para os seres humanos.
Além do recobrimento de praias, arrecifes, mangues e solos rochosos, que são
difíceis de serem limpos, os fragmentos se decompõem e há moléculas nocivas ao
ecossistema e à fauna.
"As
placas grandes de óleo vieram com maior força impactando a biodiversidade e
colocando em risco a vida das pessoas. Possivelmente, vamos ter um custo
alto", avaliou o biólogo marinho e professor da Universidade de Pernambuco
(UPE), Clemente Coelho Junior.
Segundo o
pesquisador, o ideal seria um decreto estadual de emergência devido ao desastre
ambiental. "Todos os estados nordestinos deveriam decretar estado de
emergência. Lógico que ficou muito mais destacado o norte de Alagoas, Sergipe,
Bahia e o nosso litoral", disse.
Caminho do
óleo em Pernambuco
As manchas
de óleo começaram a ser registradas no final de agosto e no começo de setembro
em Pernambuco e na Paraíba. As praias pernambucanas estavam limpas desde o dia
25 de setembro, quando voltaram a ser atingidas pela substância na quinta (17),
em São José da Coroa Grande, cidade próxima à divisa com o estado de Alagoas.
Na
sexta-feira (18), o óleo chegou até praias de Tamandaré, como a paradisíaca
Praia dos Carneiros, de Sirinhaém e Barreiros. No sábado (19), praias de Ipojuca,
vizinhas a Porto de Galinhas, foram atingidas.
No domingo
(20), o óleo chegou às praias de Suape, Calhetas, Itapuama, Xaréu e à Ilha de
Tatuoca, no Cabo de Santo Agostinho. Voluntários e equipes se uniram para
retirar o material da água, da areia e do mangue.
Outras
praias do município foram atingidas na segunda (21), mesmo dia em que
voluntários escreveram pedidos de socorro na areia e de luvas e trator. Foi
também na segunda que o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), anunciou que o
Exército ia passar a atuar na limpeza do litoral nordestino.
Na terça
(22), o mesmo dia em que a 10º Brigada de Infantaria Motorizada começou a
auxiliar na retirada do óleo nas praias pernambucanas, três ministros vieram ao
estado e se reuniram com o governador Paulo Câmara (PSB) para acompanhar as
ações adotadas: do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto; da Defesa, general
Fernando Azevedo e Silva; e do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Por G1 PE e TV Globo
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