A Escola Professor Antônio Pedro de Aguiar
aparece entre as três primeiras unidades de ensino do estado no Índice de
Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (Idepe)
Uma escola da zona rural de Orobó,
município do Agreste pernambucano, chamou a atenção da rede ao aparecer entre
as três primeiras unidades de ensino do estado no Índice de Desenvolvimento da
Educação de Pernambuco (Idepe). Nos dias que sucederam a divulgação dos
resultados pelo governo do estado, a pergunta mais frequente ouvida pela gestão
e pelos professores da Escola Professor Antônio Pedro de Aguiar era “qual é o
segredo da escola?”. A reposta era a mesma: não existe segredo. Segundo eles,
não existe receita pronta a ser replicada para alcançar o sucesso. A realidade
distinta e peculiar de cada escola deve ser observada, dizem os educadores por
trás da média 6,98 obtida pelo ensino médio da instituição (a média geral da
rede estadual foi 3,90).
Na escola localizada no limite com o
município de Umbuzeiro, Paraíba, a solução encontrada e adequada à realidade
local foi investir em um projeto de xadrez. Iniciada na disciplina de educação
física, a ação se tornou interdisciplinar e fez o desempenho dos 240 estudantes
matriculados na escola dar um salto. “Um resultado como esse do Idepe vem
sempre de uma soma de fatores e não apenas de algo isolado. No entanto, vemos o
projeto de xadrez como fundamental para essa conquista”, ressalta a gestora da
Antônio Pedro de Aguiar, Maria Aparecida Barbosa.
O projeto de educação física surgiu da
necessidade de ensinar um esporte aos estudantes. A escola não tem um espaço
adequado para práticas esportivas. Para fazerem exercícios físicos, os alunos
precisam se deslocar até a quadra do município - a 200 metros do colégio - para
jogar futebol, vôlei ou basquete. “Diante da falta de uma boa infraestrutura,
pensei sobre o que trabalhar com eles na disciplina. Foi quando pensamos no xadrez”,
explica o professor Antônio Faustino Neto.
Para dar início à ação, o professor viajou
87 km até o Recife, onde comprou os tabuleiros e as peças. “Com o tempo,
percebemos que o projeto ajudou na concentração, tomada de decisão, respeito
entre colegas e melhorou o desempenho deles em matemática. Uma das maiores
contribuições do jogo está relacionada ao raciocínio lógico. Os alunos
conseguem resolver as questões com maior facilidade, o que eleva os resultados
da escola”, afirma a gestora. “As provas são como um jogo de xadrez. Precisamos
pensar com calma e criar estratégias para resolver as questões. As lições do
xadrez eu levo para a minha vida escolar e pessoal. Sou mais paciente e esperta
agora”, conta a estudante do terceiro ano do ensino médio Maiara Barbosa, 16.
Por: Anamaria Nascimento - DP
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