O pagamento de propina para liberação de
empréstimo do BNDES para bancar projetos no exterior, como revelado pela
Andrade Gutierrez na construção de uma siderúrgica na Venezuela, foi cobrado de
outras empreiteiras que tinham obras financiadas pelo banco fora do Brasil.
Segundo relato de executivos de duas construtoras ao jornal Folha de S. Paulo ,
o esquema envolvia o pagamento de 1% de propina para o PT a cada desembolso dos
empréstimos feito pelo banco e envolveu outras construtoras além da mineira,
segunda maior do país.
A reportagem apurou que investigadores da
Operação Lava Jato decidiram levantar se essa espécie de “pedágio”, já admitido
pela Andrade, era cobrado de todas as empreiteiras em todos os financiamentos
de projetos no exterior bancados pelo BNDES. Ou seja, procuradores e agentes
federais investigam se a cobrança de propina pelo PT era uma regra geral ou
funcionou apenas em alguns casos. Além da Andrade Gutierrez, o banco federal
financiou projetos fora do país de empreiteiras como Odebrecht, OAS e Queiroz
Galvão, entre outras empresas brasileiras com atuação no exterior,
principalmente na América Latina e na África.
Os dois executivos disseram que não havia
esquema de corrupção dentro do BNDES para a avaliação e aprovação dos financiamentos.
Ambos repetiram a mesma explicação, de que dentro do banco tudo era “puramente
técnico” e de acordo com as regras do órgão. Segundo a reportagem apurou e
também foi detalhado pelo ex-executivo da Andrade Gutierrez Otávio de Azevedo à
Justiça, assim que saía a primeira liberação de recurso do BNDES, a empresa era
procurada pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, hoje preso em Curitiba.
Na conversa, o petista argumentava que a
liberação dos recursos pelo banco também fazia parte do “pacote de 1%” acertado
pelo partido com as empreiteiras, percentual cobrado sobre o valor de seus
contratos com o governo federal no país. Um dos executivos ouvidos relatou que
o pagamento referente ao BNDES era feito pelas construtoras porque elas não
queriam problemas futuros com o governo que pudessem prejudicar novos projetos
no exterior.
Yahoo Notícias-Crédito da Foto: Rodrigo
Félix/ Futurapress
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.