Brasília será invadida, hoje, literalmente, por prefeitos em marcha. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) promete colocar no Congresso mil associados de todo o País numa mobilização contra as medidas que vêm sendo aprovadas recentemente pelo governo federal, Congresso e Supremo Tribunal Federal que aumentam gastos e reduzem receitas dos municípios.
A concentração terá início pela manhã, na
sede da CNM em Brasília. À tarde, eles se dirigem ao Congresso. Os prefeitos
vão entregar aos parlamentares um mapeamento com o impacto das medidas para
cada município. A poucos meses das eleições, a CNM denuncia que essa ofensiva,
batizada de “pauta grave dos três Poderes”, já tem custo imediato de R$ 73
bilhões por ano com as decisões já aprovadas.
O custo global calculado é R$ 250,6 bilhões
ao ano com as mudanças já adotadas nos últimos meses, além de medidas que estão
em análise e podem ser aprovadas. Os municípios do Estado de São Paulo teriam
uma perda potencial de R$ 27 bilhões por ano pelos cálculos da confederação.
“Nosso papel é dar transparência. Que o governo e Congresso contestem esse
número e digam que não é verdade”, diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Para ele, o problema não tem tido a
repercussão política que a sua gravidade exige. Ziulkoski criticou também a
forma como a “PEC Kamikaze”, de aumento de benefícios sociais, está tramitando
no Congresso em ano eleitoral. “A PEC do inferno, PEC Kamikaze, seja lá o nome
que tiver, quem paga essa conta de janeiro em diante?”, advertiu.
Na véspera das eleições, a CNM quer chamar
atenção do custo elevado para as finanças das localidades onde eles pretendem
se reeleger. É uma tentativa de pressionar para barrar o avanço das medidas que
ainda não foram aprovadas. Apesar do desgaste com os prefeitos, os deputados e
senadores seguem aprovando as medidas, entre elas, projeto que fixou um teto
entre 17% e 18% para o ICMS de combustíveis, energia elétrica, transporte
urbano e telecomunicações.
Agrura de recursos – O presidente da CMN
reconheceu as dificuldades que a entidade tem tido para se fazer ouvir no
Congresso e apontou entre as razões, além das eleições, a distribuição
discricionária de recursos do orçamento que é feita por meio das emendas. Outro
ponto citado por ele é o fato de haver hoje muitos prefeitos novos que ainda
não passaram pelos tempos das “agruras” de falta de recursos. Ele alerta que
boa parte desses recursos prometidos acaba não sendo paga. “Em ano eleitoral
vem todos atrás de voto e depois fica aí (sem pagar)”.
O que eles querem – Os prefeitos querem que
o Congresso aprove a Proposta de Emenda à Constituição 120, de 2015, que proíbe
a União de criar encargos financeiros para os Estados e municípios sem a
previsão de transferência de recursos para o seu custeio. Uma das maiores
críticas dos prefeitos é a criação de encargos financeiros para os municípios,
como pisos salariais para as principais carreiras do funcionalismo, gastos de
caráter continuado. Para o levantamento do custo das medidas, a CNM dividiu as
pautas do Executivo Federal adotadas por meio de portarias e decretos que
repercutem sobre a arrecadação e as despesas dos Municípios.
Reportagem: Blog do Magno Martins
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