A prefeita de Casinhas, Juliana de Chaparral (União Brasil), afirmou nesta quarta-feira (25), durante entrevista concedida à Rádio Integração FM, que caso a bancada de vereadores da oposição não vote a suplementação orçamentária a prefeitura pode até ser obrigada a paralisar vários serviços básicos de atendimento nas áreas de saúde, educação, desenvolvimento social e infraestrutura, e ainda vai deixar de efetuar o pagamento do décimo quarto salário dos funcionários da saúde no mês de junho.
Sem a suplementação, segundo ela, pode parar a distribuição de medicamentos nos postos de saúde e realização de exames, merenda nas escolas, entrega de cestas básicas, autorizações para pavimentação asfáltica e vários outros serviços. Juliana de Chaparral explicou que a Prefeitura de Casinhas possui recursos em caixa para as atividades de custeio da máquina pública, mas não pode mexer no dinheiro, porque necessita de autorização do Poder Legislativo.
"Os dois prefeitos que passaram em Casinhas tiveram, em todos os mandatos, 40% de suplementação. No início da nossa gestão, eu também pude contar com esses 40%. No ano passado, não sei por qual motivo, eles autorizaram apenas 5% e, mesmo sem entender, a gente seguiu. Só que, graças à articulação de Chaparral [ex-prefeito de Orobó e pré-candidato a deputado estadual] e do nosso deputado federal Fernando Filho, a gente conseguiu muito dinheiro em Brasília para Casinhas, ou seja, dinheiro tem, mas o que falta é a autorização dos vereadores", afirmou.
'NÃO VAI SER AUTORIZADO?'
"O projeto ainda não foi em pauta para ser votado, mas nós já tínhamos protocolado e, na reunião da última semana, eles nos fizeram muitas críticas, ao mesmo tempo em que falaram que tudo que for a favor do povo eles votarão. Eu consegui R$6 milhões para construir uma escola no Junco e eu pergunto aos dois vereadores que representam a comunidade: a escola vai deixar de ser construída? Eu pedi a suplementação para comprar um terreno e construir uma Academia da Saúde ao lado do cemitério de Lagoa de Pedra, que fica na porta da casa de um dos vereadores. O cemitério já está sendo totalmente reformado e eu preciso construir o calçamento em frente e não vai ser autorizado?", questionou a gestora.
ASFALTO EM AREIA DE CHATINHA, SANEAMENTO BÁSICO DE ORATÓRIO, 14º SALÁRIO DA SAÚDE
"Nós vamos fazer o asfalto na Areia de Chatinha no valor de R$1,5 milhão, começando em frente da casa de Zé Heleno até à fábrica de polpas do ex-vereador Lázaro Santana. Vai deixar de ser feito? O esgoto do distrito de Oratório está estourado, a maior fedentina, e precisamos fazer o saneamento básico da localidade. Vai deixar de ser feito? Estamos com o 14º salário para ser pago aos funcionários da saúde. Nós conseguimos o dinheiro, temos muito dinheiro para investir na saúde e eu quero pagar o décimo quarto agora no mês de junho. Será que não vou poder pagar?", continuou.
'SEM SUPLEMENTAÇÃO, VAI ACABAR
PARANDO TUDO'
"É uma questão de consciência, não é tirar uma suplementação de Juliana, mas tirar do povo de Casinhas. São ações que a gente conseguiu, são obras que a gente vai fazer para o povo. Eu olho para aquele hospital de Casinhas, o maior desmantelo, o quarto dos motoristas é mofo pra todo lado, uma enfermeira chega de um plantão de 2h da madrugada e é obrigada a tomar um banho frio porque não tem um chuveiro elétrico e eu não vou poder fazer a reforma no valor de R$3 milhões que já conseguimos, afora os R$2 milhões que vai chegar? Então, eu estou explicando isso para o povo porque, sem a autorização dessa suplementação, vai acabar parando tudo",
CONTRADIÇÃO DA OPOSIÇÃO
"Eu entendo que na política cada um
tem o seu lado. Se os seis vereadores acharam por conveniência não acompanhar a
atual gestão, a gente respeita o livre arbítrio de cada um. A política sempre
vai ter dois lados, cada um tem os seus. Agora, eles sempre repetem: 'nós somos
a favor do povo e contra a prefeita'. Então, como é que a gente está pedindo
essa suplementação para atender o povo e eles se posicionam contra? Eles falam
o tempo todo que tudo o que a gente faz está errado, mas nós temos órgãos
fiscalizadores, então, quando eles verem que alguma coisa está errada, é só
procurar o Ministério Público e o Tribunal de Contas que a gente vai esclarecer
e repassar qualquer informação. Se alguém tem alguma coisa contra Juliana, tudo
bem, a gente respeita, mas que tenha consciência e jamais fique contra o
povo", finalizou.
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