Instalada no Senado Federal para apurar
crimes cometidos durante a Pandemia, a CPI da Covid se arrastou por longos seis
meses sem ter investigado os casos de corrupção promovidos por governadores e
prefeitos, que ficaram conhecidos como escândalos do Covidão. Com maioria de
opositores do Governo Federal, a CPI até conseguiu constranger o presidente
Jair Bolsonaro por algum tempo ao gerar fatos midiático, porém, a aprovação do
relatório final foi feita com os holofotes já apagados, tendo em vista que o
público já está cansado com os sucessivos factoides que são apresentados.
Não bastando a perda de força na reta
final, a desmoralização cabal ainda veio do próprio ministro do STF que
determinou a abertura da CPI. Em entrevista ao UOL, o ministro Luís Roberto
Barroso afirmou que a inclusão de crimes no relatório da CPI é mais política do
que jurídica, reafirmou a independência funcional do Ministério Público e
afirmou que o órgão não é obrigado a acatar nenhum dos 80 pedidos de
indiciamento. “O Ministério Público não estará vinculado a esta tipificação. O
Ministério Público deverá trabalhar com os fatos que foram apurados e podem dar
os ministérios públicos, diferente qualificação a esses fatos ou até
considerá-los atípicos”, disse o ministro.
A CPI da Covid poderia ter passado o Brasil
a limpo, investigado irregularidades cometidas com recursos destinados ao
combate à Covid-19 e poderia ter sido mais um instrumento de combate à
corrupção sistêmica do país. Entretanto, a maioria dos senadores preferiu
desperdiçar essa oportunidade para fortalecer uma oposição rasteira e mesquinha
ao presidente Jair Bolsonaro. O resultado prático da CPI será nulo, tendo em
vista que todos os fatos apontados no relatório já eram de conhecimento do
Ministério Público, que não reconheceu materialidade delitiva na maioria deles
e não precisava de tamanho desperdício de verbas públicas para cumprir a sua
função.
Por/Diego Lagedo - Pernambuco em Pauta
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