Louco, ele definitivamente não é. Basta examinar o currículo do homem. Para começar, Javier Gerardo Milei é membro da Câmara de Deputados da Nação Argentina.Testado nas urnas. Também não é um despreparado, como muitos sugeriram. É economista, professor universitário e escritor. Assumiu a liderança da coalizão política La Libertad Avanza, com propostas ultra-liberais para a economia. Depois de encantar uma parte do país, passou para o segundo turno em segundo lugar. Não faltou quem comemorasse por antecipação. "Fogo de palha."
"Cavalo paraguaio". Mas não funcionou. Milei moderou o discurso, fez ajustes nas propostas e venceu. "Os argentinos escolheram outro caminho", disse o candidato peronista, tido como "de esquerda", o ministro da economia Sérgio Massa. Massa deixa a Argentina com uma inflação de 140%. "Louco seria quem votasse para continuar isso", disse Milei em peça publicitaria divulgada durante a reta final. Rebatendo quem o chamava de louco.
ESTAVA ESCRITO
Para nossos leitores, a vitória nao é exatamente
uma surpresa. No dia seguinte ao primeiro turno, no post " Para experts
Massa assume o favoritismo", O PODER cravou nossa opinião editorial:
"Milei é a chave (do segundo turno). Se ele ajustar o discurso, ganha de
lavada. Se continuar propondo sandices, vai perder uma eleição fácil de
ganhar".
Milei ajustou o discurso. Ganhou com relativa folga, para uma América Latina dividida. Assume em 10 de dezembro. Como disse o presidente Lula, só cabe agora respeitar a vontade do povo.
QUANTO A NÓS
Política, diplomacia, balança comercial,
nada disso pode ser confundido com rivalidade futebolística. Para nós, também
na Argentina, quanto melhor, melhor.
Reportagem: O Poder
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