Um homem que trabalhava como palhaço foi preso por suspeita de pedofilia em Olinda, na madrugada desta quarta-feira (25), após tentar abusar sexualmente das crianças que conheceu em uma festa de aniversário no sábado (21), de acordo com a polícia. Ele foi contratado para animar a comemoração, mas aproveitou para se aproximar de um grupo de meninas de 10 e 12 anos. O acusado fez propostas íntimas e ameaças durante a festa e continuou com a abordagem pelo WhatsApp, até que a família de uma das crianças marcou um encontro com o homem e chamou a polícia.
O palhaço foi preso em flagrante na frente da casa de uma das meninas, no bairro de Jardim Atlântico, por volta das 2h desta quarta. A prisão aconteceu depois que a irmã de uma das vítimas, de apenas 10 anos, se passou pela menina no WhatsApp e marcou um encontro com o acusado. À tarde, as mães das quatro crianças que foram abordadas pelo acusado na festa ocorrida no sábado (21) já haviam prestado queixa no Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA).
“O celular da minha irmã estava desligado desde a festa. Mas, quando chegamos da delegacia, ligamos e vimos que havia 12 mensagens do palhaço. Ele perguntava onde ela estava, se não ia mais falar com ele. Contei ao policial e ele me disse para dar corda e ver o que acontecia. Me passei por minha irmã e comecei a conversar com o palhaço às 22h. Ele fez perguntas íntimas, mandou uma foto nu e pediu uma da minha irmã. Fiquei enrolando até quase 2h, quando a polícia chegou à minha casa. Disse que tinha vergonha de mandar foto, mas poderia ficar mais à vontade pessoalmente. Ele foi então para minha casa e foi preso”, contou a irmã da criança, a publicitária Maryanna Lacerda, 24 anos.
Segundo a publicitária, o palhaço perguntava se a menina se depilava, se já tinha beijado ou menstruado, se era virgem e também se podia mostrar "coisas" para ele. Além da foto nu, ele ainda enviou áudios eróticos durante a conversa no aplicativo e disse que queria tirar a virgindade da menina. O palhaço ainda disse que iria viajar para São Paulo na manhã desta quarta, por isso queria encontrar a criança na noite de terça. "Ele disse que se encontrasse minha filha, talvez não viajasse mais para ficar com ela. Ele disse que queria ficar perto dela, beijá-la. Queria que ela fosse a mulher dele", contou a mãe de Maryanna, Andrea Pimentel.
O major Alano Araújo da Polícia Militar, que efetuou a prisão, explicou que pediu para a família manter contato com o suspeito para que o efetivo tivesse tempo de chegar na residência e agir com segurança. "Quando estávamos perto, pedimos para a menina sair da casa. Ele se aproximou e nós fizemos a abordagem rapidamente. Nossa preocupação era que ele estivesse armado, então não deixamos que ele chegasse perto da menina para não correr riscos", afirmou. Segundo o major, o palhaço não teve tempo de fugir e não resistiu à prisão.
Maryanna Lacerda ainda disse que a irmã ficou estranha depois da festa de sábado, nervosa, agressiva e chorando bastante. Mesmo assim, não falou nada. As famílias só souberam do que havia acontecido na segunda-feira (23), depois que o acusado começou a ameaçar outra menina. “Na festa, ele pediu o celular de quatro meninas que tinham entre 10 e 12 anos. No outro dia, mandou mensagens pelo WhatsApp e começou a fazer perguntas íntimas. Depois, disse que as meninas não podiam falar aquilo para ninguém, ou mataria a família delas. Uma menina ficou com medo e contou à avó na segunda”, explicou Maryanna. A senhora logo contou o que havia ocorrido às mães das outras meninas e elas foram juntas à delegacia.
Mesmo assim, as mães das meninas haviam achado estranha a atitude do palhaço durante a festa. "As meninas começaram a se afastar dos convidados e o palhaço ficou rodeado de meninas de apenas 10 e 12 anos. Ele trocou telefone, perguntou onde elas moravam e estudavam, se já tinham beijado. Vimos ele apertando os braços delas, dizendo que elas não iriam sair dali, mas achamos que não era nada de mais. Só soubemos no outro dia, quando vimos as mensagens no celular. Ele dizendo que queria conhecer minha filha mais profundamente, mais de perto", contou Andrea Pimentel.
Ainda segundo Andrea, o palhaço era um funcionário terceirizado da empresa de animação contratada por sua família para a animar a festa de aniversário do seu sobrinho de 6 anos. Depois do incidente, a empresa não quis passar nenhuma informação do suspeito para da família. "É um alerta para as outras mães, para elas investigarem de onde vêm os animadores que contratam para as festas", alerta a mãe.
Depois de preso, o palhaço foi levado pela Polícia Militar para a Central de Flagrantes do Recife. O homem prestou depoimento e foi autuado por pedofilia. Na manhã desta quarta, será transferido para o Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel). "Ele foi autuado por aliciar crianças, cuja pena é de um a três anos. O caso será encaminhado para a DPCA, porque há outras vítimas e uma delas disse que foi abusada, bulinada", contou o delegado Sérgio Fernandes Nunes. Se mais este crime for confirmado, o suspeito pode ser indiciado por estupro de vulneráveis, segundo o delegado.
O suspeito, no entanto, nega o abuso. Na Central de Flagrantes, ele admitiu que havia enviado fotos eróticas pelo WhatsApp, mas disse que estava arrependido e só tinha feito aquilo porque sofre de problemas mentais. "Esta foi a primeira e última vez. Me arrependo do fundo do meu coração, porque isso não é coisa que se faça. Mandei a foto, mas não pretendia fazer nada porque tenho problemas mentais", alegou. O homem ainda disse que não tocou em nenhuma menina durante a festa, nem nas festas anteriores. Segundo a polícia, ele tem 31 anos e é natural de São Paulo.
G1
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