domingo, 8 de setembro de 2024

Em Brasília, dia 7 com Lula teve desfile para quase ninguém: sem povo e ofuscado por escândalo sexual

 A efervescência patriótica que marcava a celebração da Independência do Brasil no governo de Jair Bolsonaro (PL) deu lugar a um cenário desértico nos gramados da Esplanada dos Ministério, neste sábado de 7 de Setembro no Brasil presidido por Lula (PT). Circulam nas redes sociais imagens o esvaziamento de público do desfile cívico militar. Fato que recebeu o estranhamento dos poucos brasilienses que circularam no entorno da Esplanada.

E quem tentou acessar as áreas de arquibancadas ainda teve de enfrentar tumulto no acesso à comemoração da Independência. Filas alcançaram a região do Museu da República, mas o motivo foi a desorganização que provocou um tumulto que suspendeu por 30 minutos o acesso ao local do desfile, sob a alegação de lotação das arquibancadas dispostas no local. "Cadê o povo? Ninguém veio, cara, olha isso! Quem já veio aqui anos passados, isso aqui era lindo de se vê. Tem mais político do que participante. Está morto isso aqui. Tá louco!", disse um dos visitantes do evento.
O escândalo sexual que atingiu a cúpula do governo petista ofuscou o desfile. A frente de honra montada na Esplanada dos Ministérios teve lacunas emblemáticas como da primeira-dama Janja da Silva, do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Além da óbvia ausência da própria denunciante de assédio sexual, a ministra Anielle Franco, que acusou o ex-ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, demitido na sexta-feira (6).
Autora do gesto inicial de apoio a Anielle, a primeira-dama expôs publicamente sua solidariedade à ministra publicando foto nas redes sociais beijando a testa da ministra. Mas ontem teve ausência ao lado do presidente justificada pelo convite da xeica do Catar, Mozha bin Nasser al-Missned, para a 5ª Celebração do Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques, em Doha. Com tema "Democracia e Independência. É o Brasil no Rumo Certo", o desfile também homenageou o Rio Grande do Sul, destruído por uma catástrofe climática, em maio. O que atraiu a presença o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
Apesar das ausências, chefes dos demais poderes estiveram na frente de honra, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Além do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB) e de outros ministros do governo de Lula e do Supremo, como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zannin e Edson Fachin. A organização do evento estimou que 30 mil pessoas compareceram ao desfile da Independência.

Reportagem: Diário do Poder

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