quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

VIRADOURO É CAMPEÃ DO CARNAVAL DO RIO DE JANEIRO 2020

Vermelha e branca de Niterói contou a história das Ganhadeiras de Itapuã para garantir o segundo título de sua história

Viradouro levantou a taça de campeã do carnaval do Rio após homenagear as Ganhadeiras de Itapuã

Após um jejum de 23 anos, a Unidos do Viradouro conquistou o título de campeã do carnaval carioca de 2020. A vermelha e branca de Niterói confirmou o favoritismo para levantar a taça durante a apuração das notas, nesta Quarta-Feira de Cinzas, na Praça da Apoteose, que terminou com 269.6. Esse é o segundo título da escola, sendo o primeiro conquistado em 1997. O vice-campeonato ficou com a Grande Rio, com 269.6 pontos; seguido da Mocidade com 269.4; Beija-Flor com 269.4; Salgueiro com 269, e Mangueira com 268.9.

A vermelha e branca superou a Grande Rio, que dominava a apuração, mas perdeu três preciosos décimos no quesito Evolução, penúltimo a ser lido. Nesse quesito, a Viradouro recebeu apenas uma nota 9.9, sendo descartada, o que garantiu os redondos 30 pontos para entrar na briga pelo título. Em Harmonia, que sacramentou a taça para Niterói, a vermelha e branca também garantiu os 30 pontos, tendo um 9.8 descartado por ser a menor nota.

Estreando com o pé direito no Grupo Especial, os carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon mostraram que são tão grandes quanto o amor da comunidade pela escola. Desenvolvendo uma homenagem às Ganhadeiras de Itapuã, a dupla gabaritou o quesito Enredo.

A bateria de mestre Ciça levou uma "chuva" de notas 10, gabaritando a apuração do quesito. O auge da Furacão Vermelho e Branco foi quando duas componentes surgiram sobre um pedestal, no meio dos ritmistas, tocando timbal. Nessa hora, o público foi a êxtase. A performance tinha o objetivo de exaltar a mulher, como o próprio enredo propõe.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho Nascimento e Rute Alves, não perderam nenhum décimo e a conquista teve um gosto especial: é o 13º ano que desfilam juntos e o marco de 30 anos de carnaval de Julinho, que se completaram este ano.

Na Apoteose, a mesa da Viradouro era rodeada por tensão e, ao mesmo tempo, euforia. Se agarrando à fé, terços e uma imagem de São Miguel acompanhavam os integrantes da diretoria da escola. O clima de maior preocupação surgiu na leitura das notas de Alegorias e Adereços: todas as notas recebidas foram 9.9, deixando a Viradouro mais distante do título, o que não se confirmou depois.

Com um samba "chiclete", a vermelha e branca conquistou as arquibancadas. A voz do público, com a letra na ponta da língua, foi um dos pontos altos da passagem da escola de Niterói pela Marquês de Sapucaí neste ano. Nesse quesito, a escola disputou ponto a ponto e recebeu apenas uma nota 9.9, que foi descartada.

Depois de alcançar o vice-campeonato no ano passado, em uma ascensão meteórica - ao retornar da Série A -, a escola trouxe um desfile carregado de luxo e inovação. O carro abre-alas foi o maior da história da Viradouro, com 50 metros de comprimento e 13 de altura. "Prelúdio das Águas", como era chamada, simbolizava os elementos marinhos do barroco baiano, com a lenda das águas.

Um dos momentos mais impactantes foi a apresentação da comissão de frente. A atleta Anna Giulia, que representa a Seleção Brasileira no nado sincronizado, fez uma performance dentro de um aquário, com 7 mil litros de água. Apesar da surpresa, a comissão de frente recebeu duas notas 9.9, sendo uma descartada.
Por-Ayra Rosa e Pamella Souza - jornal O Fluminense

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