segunda-feira, 24 de junho de 2019

PF FAZ DESCOBERTA SOBRE QUEM PAGOU DEFESA DE ADÉLIO

Da Reuters/Ricardo Moraes
Investigações da PF apontam que advogado que defende Adélio assumiu caso de graça para aparecer na mídia

Desde o ataque, Bolsonaro vem apontando que financiador de defesa estaria por trás da facada

O advogado Zanone Júnior, defensor de Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral de 2018, assumiu de graça o caso do esfaqueamento para ganhar holofotes na mídia. É o que apontam as investigações da Polícia Federal no inquérito que apura se há relação entre a defesa e o mandante do atentado.

As informações são do jornalista Lauro Jardim, publicadas em seu blog no jornal O Globo.

Zanone já havia feito o mesmo quando defendeu - também de forma gratuita - um ex-policial que se envolveu no caso do goleiro Bruno, conhecido como Bola.

O advogado inicialmente disse que os honorários estavam sendo pagos por fiéis de uma igreja em Minas, informação desmentida pela cúpula das Testemunhas de Jeová. A igreja soltou uma nota desmentindo e dizendo não ter nenhuma vinculação com parentes de Adélio, tampouco com o autor do atentado contra o presidente.

Após se dar conta do equivoco, Zanone fez a mea culpa e falou que na realidade, tratava-se por uma pessoa ligada "à família e a uma congregação evangélica de Montes Claros". Segundo a PF, o advogado teria inventado a história.

Desde que sofreu o atentado, Bolsonaro tem sido enfático em cobrar da PF uma solução para o caso. Recentemente, o presidente afirmou que Adélio faz “jogadinha de ser maluco”.

Em avaliação psiquiátrica, Adélio Bispo de Oliveira, que confessou o crime, foi considerado inimputável por sofrer de Transtorno Delirante Persistente, não podendo ser punido criminalmente. No entanto, ele poderá ser alvo de medida de segurança, como internação por período a ser determinado pela Justiça.

Adélio foi preso após o atentado, e está detido no presídio federal em Campo Grande (MS).

MOTIVAÇÃO

Em avaliação psiquiátrica, Adélio afirmou que cometeu o atentado porque o então candidato teria “uma conspiração da maçonaria para tomar o poder e entregar as riquezas do país ao FMI, aos maçons e à máfia italiana”.

Para Adélio, se eleito, Bolsonaro mataria “os pobres, pretos, índios, quilombolas, homossexuais, só ficando os ricos maçons dominando as riquezas do Brasil”.

CASO BOLA

Zanone já defendeu outro cliente que ficou conhecido, em um caso polêmico. Ele era o advogado do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado a 27 anos de prisão pelo assassinato, em 2010, da modelo Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno. O atleta, que à época jogava no Flamengo, também foi condenado a 22 anos de prisão, por homicídio e ocultação de cadáver.

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