terça-feira, 3 de janeiro de 2017

ESCOLA DE OROBÓ INVESTE NO XADREZ PARA MELHORAR CONCENTRAÇÃO DOS ALUNOS

A Escola Professor Antônio Pedro de Aguiar aparece entre as três primeiras unidades de ensino do estado no Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (Idepe)

Uma escola da zona rural de Orobó, município do Agreste pernambucano, chamou a atenção da rede ao aparecer entre as três primeiras unidades de ensino do estado no Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (Idepe). Nos dias que sucederam a divulgação dos resultados pelo governo do estado, a pergunta mais frequente ouvida pela gestão e pelos professores da Escola Professor Antônio Pedro de Aguiar era “qual é o segredo da escola?”. A reposta era a mesma: não existe segredo. Segundo eles, não existe receita pronta a ser replicada para alcançar o sucesso. A realidade distinta e peculiar de cada escola deve ser observada, dizem os educadores por trás da média 6,98 obtida pelo ensino médio da instituição (a média geral da rede estadual foi 3,90).

Na escola localizada no limite com o município de Umbuzeiro, Paraíba, a solução encontrada e adequada à realidade local foi investir em um projeto de xadrez. Iniciada na disciplina de educação física, a ação se tornou interdisciplinar e fez o desempenho dos 240 estudantes matriculados na escola dar um salto. “Um resultado como esse do Idepe vem sempre de uma soma de fatores e não apenas de algo isolado. No entanto, vemos o projeto de xadrez como fundamental para essa conquista”, ressalta a gestora da Antônio Pedro de Aguiar, Maria Aparecida Barbosa.

O projeto de educação física surgiu da necessidade de ensinar um esporte aos estudantes. A escola não tem um espaço adequado para práticas esportivas. Para fazerem exercícios físicos, os alunos precisam se deslocar até a quadra do município - a 200 metros do colégio - para jogar futebol, vôlei ou basquete. “Diante da falta de uma boa infraestrutura, pensei sobre o que trabalhar com eles na disciplina. Foi quando pensamos no xadrez”, explica o professor Antônio Faustino Neto.

Para dar início à ação, o professor viajou 87 km até o Recife, onde comprou os tabuleiros e as peças. “Com o tempo, percebemos que o projeto ajudou na concentração, tomada de decisão, respeito entre colegas e melhorou o desempenho deles em matemática. Uma das maiores contribuições do jogo está relacionada ao raciocínio lógico. Os alunos conseguem resolver as questões com maior facilidade, o que eleva os resultados da escola”, afirma a gestora. “As provas são como um jogo de xadrez. Precisamos pensar com calma e criar estratégias para resolver as questões. As lições do xadrez eu levo para a minha vida escolar e pessoal. Sou mais paciente e esperta agora”, conta a estudante do terceiro ano do ensino médio Maiara Barbosa, 16.    

Por: Anamaria Nascimento - DP

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