terça-feira, 12 de março de 2013

ANIVERSÁRIO DE RECIFE E OLINDA

 
O aniversário das cidades irmãs promete animação em muitas festas em Recife e Olinda. Na Cidade Alta, a partir das 18h30, uma solenidade com direito à bolo gigante vai celebrar os 478 anos do município. A cerimônia será em frente ao Palácio dos Governadores, na sede da Prefeitura de Olinda.

O tradicional bolo gigante vai homenagear o frevo, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, a guloseima terá, como de costume, o peso dos anos completos pela aniversariante e será feito com recheio de chocolate cobertura em arte de papel arroz. O doce começou a ser feito ontem e será montado a partir das 15h de hoje.

A animação ficará por conta do afoxé Oxum Pandá e D’Breck. O Coral Encanto de Olinda e suas 100 crianças fará a abertura do evento, que ainda terá a participação do Maestro Spok e banda. Cortejos com passistas e estandartes  da Associação Carnavalesca de Olinda desfilarão pela cidade. A festa contará também com a presença das Conxitas, Patusco, Maracambuco, caboclos de lança, escolas de samba Preto Velho e Oriente, Bandeirante do Samba, além das tradicionais serenatas com a participação dos Seresteiros de Olinda e Luar de Olinda.


Recife não foge da luta. Desde 1710
 
Palco de grandes revoluções, o Recife foi, durante as primeiras décadas do século 19, cenário digno de verdadeiros filmes de guerra, inspirados nas idéias liberais, tão difundidas pela Europa na época. A história da cidade, inclusive, está marcada por confrontos desde o momento em que o próspero povoado foi elevado à categoria de vila, em 1710. A partir daí, o Recife sempre esteve no front de batalha, lutando pela liberdade e pela autonomia de Pernambuco.
Conhecida como a Guerra dos Mascastes, a rixa entre o Recife e Olinda que acabou virando brigas de rua entre os mascates (os comerciantes do Recife) e os pés-rapados ou lisos (apelido da aristrocracia rural falida de Olinda) ficou cada vez mais acirrada depois que Portugal decidiu dar o merecido título ao ex-vilarejo de pescadores e reduto de comerciantes.
Com a movimentação do porto cada vez maior, o Recife caiu de vez nas graças de Portugal e o seu modelo mercantilista, passando a receber mais benefícios e atrair mais comerciantes. Não é para menos que logo depois da Independência do Brasil, a vila é elevada à cidade (1823) e, mais tarde,à capital de Pernambuco (1827).
No cenário nacional, o Recife se destacou como sede das três mais importantes revoluções libertárias da História do Brasil, que ocorreram no século 19: a Revolução Republicana,em 1817; a Confederação do Equador, em 1824; e a Revolução Praieira,em 1848. A primeira é considerada como o único dos movimentos colonias do Brasil que conseguiu passar da fase meramente conspiratória - ao contrário do que a conteceu com a Inconfidência Mineira (MG) e com a Revolta dos Alfaiates (BA).
A segunda foi um movimento de caráter separatista, que envolveu também o Ceará, a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Nessa revolução - na qual aparece aquele que é considerado o maior mártir do Estado, o Frei Caneca -, o Recife sedia mais uma vez os principais acontecimentos. Já a terceira se destaca como o último movimento liberal e interno que aconteceu no 2º Reinado do Brasil, revelando heróis urbanos e marcos históricos da luta dos liberais contra os conservadores, como a rua da Praia.
Por tudo isso, o Recife talvez seja a cidade mais marcada e castigada do País, devido a sua ação libertária e constante de combate ao nepotismo. Uma lição para a História do Brasil. (J.M.)

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