quarta-feira, 25 de abril de 2012

ENTIDADES CONDENAM ASSASSINATO DE JORNALISTA NO MARANHÃO

 

A execução do jornalista Décio Sá, na noite de segunda-feira, em São Luís (MA), revoltou entidades da área. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luís (MA) e o Sindicato dos Radialistas do Maranhão condenaram o crime e pediram a rápida apuração do caso.
O jornalista, de 42 anos, foi assassinado com seis tiros em um restaurante. O autor dos disparos fugiu com um comparsa, segundo testemunhas. O repórter publicava reportagens investigativas em seu blog, um dos mais acessados do Estado, e trabalhava na editoria de política do jornal O Estado do Maranhão, da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
A ABI fez um apelo à presidente Dilma Rousseff (PT) e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que a Polícia Federal acompanhe as investigações, "pois a impunidade desses criminosos constituirá estímulo a novos crimes contra jornalistas". "Entristecida com esse episódio, que fere de forma grave e intolerável a liberdade de expressão e a liberdade do exercício da profissão de jornalista, a ABI considera a morte de Décio Sá uma resultante da passividade do Poder Público na apuração de crimes contra jornalistas em diferentes pontos do País", afirmou a entidade, em comunicado.
Os Repórteres Sem Fronteira afirmaram que as autoridades têm que assegurar que os jornalistas possam trabalhar livremente quando averiguam temas de corrupção. "Esperamos que este assassinato sirva como advertência às autoridades do Norte e Nordeste sobre os perigos aos quais os repórteres se expõem", afirmou a organização defensora da liberdade da imprensa em comunicado. Com três jornalistas mortos em 2011 e quatro nos últimos três meses, o Brasil ocupa a posição 99 de 179 na lista que a RSF elabora sobre a liberdade de imprensa no mundo, após cair 41 postos no último ranking.
Federalização de crimes contra jornalistas
Em nota conjunta, a Fenaj, e os sindicatos dos Jornalistas de São Luís e dos Radialistas do Maranhão reivindicaram que o Congresso Nacional aprove o projeto de lei que federaliza os crimes cometidos contra jornalistas. "É nosso dever exigir rigor das autoridades maranhenses na apuração dos fatos e na punição dos responsáveis pela morte de Décio Sá e, do Congresso Nacional, a aprovação do projeto de lei que estabelece a federalização dos crimes contra jornalistas", diz o documento.
A nota ressalta ainda "a atuação destemida" de Décio Sá e enfatiza que "seu covarde assassinato deixa entristecida toda a categoria dos jornalistas maranhenses e indignados todos os jornalistas brasileiros". "Jamais imaginaríamos que, vencido o período de regime de exceção e, ao alcançarmos a democracia, nos encontramos cercados por uma legislação penal tão estimulante para a prática de atos criminosos, onde a vida dos cidadãos nada vale diante da vingança banal dos bandidos, pistoleiros e mandantes", destaca o documento.

Com informações das agências Brasil e EFE.

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